Furacão Lorenzo provocou mais de 250 ocorrências e 53 desalojados

A passagem do furacão Lorenzo pelos Açores provocou mais de 250 ocorrências e obrigou ao realojamento de 53 pessoas, mas o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil já foi desativado e a situação está a regressar à normalidade. Entretanto, o Governo Regional dos Açores declarou situação de crise energética nas ilhas das Flores e do Corvo.

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Lusa
03/10/2019 08:44 ‧ 03/10/2019 por Lusa

País

Lorenzo

No mais recente balanço, realizado ao final da tarde de quarta-feira em Angra do Heroísmo, o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores, Carlos Neves, anunciou que o Plano Regional de Emergência foi desativado às 17h00 locais (18h00 em Lisboa).

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) também já levantou os avisos vermelhos, embora a meteorologista Vanda Costa tenha admitido que, até ao final do dia de quarta-feira, ainda se iria sentir a influência do furacão Lorenzo em termos de agitação marítima e vento.

Ainda de acordo com o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, todas as situações foram resolvidas e "a vida das pessoas pode decorrer dentro de condições muito satisfatórias de segurança".

Foi necessário realojar 53 pessoas, sobretudo na ilha do Faial, com a intervenção dos serviços municipais e da direção regional da Habitação.

Na ilha do Pico, cerca de 50 pessoas foram retiradas, por precaução, das suas residência e instaladas numa escola, mas terão regressado a casa ainda na quarta-feira, segundo o vice-presidente da Câmara das Lajes do Pico, Nélson Macedo.

Relativamente ao número de ocorrências registadas, Carlos Neves adiantou que foram 255 e que, ao nível da Proteção Civil, já se encontram todas resolvidas.

Entretanto, o Governo regional dos Açores declarou esta quinta-feira situação de crise energética para garantir o abastecimento às ilhas das Flores e do Corvo, devido aos estragos causados na sequência da passagem do furacão Lorenzo pelo arquipélago.

Destruição do Porto das Lajes das Flores põe em causa abastecimento à ilha

Contudo, acrescentou, existem situações, como por exemplo o que aconteceu no Porto das Lajes das Flores, que ultrapassam a Proteção Civil e terão de ser resolvidas "numa escala a longo prazo".

Numa nota divulgada pelo Governo Regional dos Açores, o líder do executivo, Vasco Cordeiro, também destacou a situação daquela infraestrutura, admitindo que a destruição que se verificou no Porto das Lajes "põe em causa aspetos fundamentais como o abastecimento à ilha".

"Vamos começar já a trabalhar para repor a normalidade das pessoas que viram as suas habitações afetadas por este mau tempo, assim como nas infraestruturas", referiu o presidente do Governo Regional, que acompanhou a passagem do furacão na ilha das Flores.

Entretanto, a SATA Air Açores já retomou as ligações aéreas com o grupo Central e realizou esta tarde três voos, que reencaminharam 250 passageiros para a Terceira, São Jorge, Pico, Graciosa e Faial.

A rede elétrica de média tensão já foi normalizada no Pico e nas Flores, esperando-se que, nas próximas horas, todos os danos elétricos registados ao nível da baixa tensão nestas duas ilhas e no Pico fiquem também resolvidos.

Segundo a empresa de Eletricidade dos Açores (EDA), a situação nas ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira, Graciosa, São Jorge e Corvo está normalizada.

O serviço móvel da empresa de telecomunicações Vodafone, que foi afetado nas ilhas do Corvo, Flores, Faial, Pico e São Jorge, estava igualmente "totalmente recuperado" a meio da tarde e os serviços da NOS "repostos na totalidade" desde o final da manhã.

Ao início da tarde, a Altice Portugal disse também que os maiores constrangimentos se verificaram nas Flores, Corvo, Graciosa, Pico, São Jorge e Faial, sendo que "a sua maioria já estava solucionada".

Num primeiro balanço depois da passagem do furacão, a meio da tarde de quarta-feira, o presidente da Federação das Pescas dos Açores, Gualberto Rita, referiu que as Lajes, nas Flores, foi onde se registaram mais prejuízos para o setor, ainda não quantificados.

Quanto ao setor da agricultura, o presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, considerou que a passagem do furacão Lorenzo não foi "tão devastadora como era expectável", reconhecendo, no entanto, "graves prejuízos" em algumas ilhas, nomeadamente nas Flores, Pico, Faial e Corvo.

O ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, irá esta quinta-feira deslocar-se aos Açores, em representação do primeiro-ministro, António Costa, para analisar os danos causados pelo furacão.

Na manhã de quarta-feira, o primeiro-ministro esteve na sede da Proteção Civil, em Carnaxide, Oeiras, tendo considerado que a situação de maior risco estava ultrapassada.

O furacão Lorenzo passou na madrugada de quarta-feira, entre as 04h00 e as 04h30, a cerca de 70 quilómetros a oeste das Flores ainda com categoria 2 na escala de Saffir-Simpson, mas no limite inferior, segundo uma nota enviada esta manhã pelo IPMA.

As rajadas máximas registadas pelo IPMA ocorreram às 08h25 locais no Corvo (aeroporto), com 163 km/h, às 05h00 nas Flores (aeroporto), com 142 km/hora, e às 04h00 no Faial (Horta), com 145 km/h.

O furacão Lorenzo perdeu, entretanto, força e está a deslocar-se rumo à Irlanda.

 

 

 

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