Ao olhar em detalhe para o distrito, verifica-se que o PSD foi o partido mais votado em nove concelhos (Aveiro, Arouca, Albergaria-a-Velha, Anadia, Ílhavo, Oliveira do Bairro, Murtosa, Sever do Vouga e Vagos), menos nove do que há quatro anos, quando concorreu coligado com o CDS-PP.
Quanto ao PS, venceu na Mealhada, único concelho do distrito onde tinha ganhado em 2015, e em mais nove concelhos (Águeda, Oliveira de Azeméis, Ovar, Feira, Espinho, Estarreja, Castelo de Paiva, Vale de Cambra e S. João da Madeira, terra natal do ministro das Infraestruturas e cabeça de lista dos socialistas, Pedro Nuno Santos).
Na capital de distrito, a vitória coube ao PSD, que ganhou ao PS por apenas 88 votos. Já em Ovar, terra natal de Salvado Malheiro, um dos vice-presidentes nacionais dos sociais-democratas, o PS teve vantagem com 37,21% dos votos, contra 29,28% do PSD.
Com 147 freguesias apuradas no distrito de Aveiro, o PS somou 34,31% dos votos, passando a ser o partido mais votado neste círculo, e conquistou sete mandatos, mais dois do que em 2015.
Além de Pedro Nuno Santos, os socialistas elegeram Cláudia Cruz Santos, Filipe Neto Brandão, Porfírio Silva, Susana Correia, Hugo Oliveira e Joana Sá Pereira.
O PSD, que apostou em Ana Miguel Santos para cabeça de lista, dando um sinal de renovação dos nomes que habitualmente ocupam os lugares cimeiros, ficou na segunda posição, com 33,55% dos votos e seis mandatos, perdendo dois dos deputados que tinha na anterior legislatura.
Além de Ana Santos, foram eleitos António Topa, Helga Correia, Bruno Coimbra, Nuno Neves e Carla Madureira.
Outro dos vencedores da noite no distrito de Aveiro foi o Bloco de Esquerda, que, apesar de ter tido menos 259 votos do que há quatro anos, conquistou o segundo mandato, objetivo que perseguia há algum tempo. O partido elegeu Moisés Ferreira e Nelson Peralta como deputados.
Já o CDS-PP, com 5,69% dos votos, perdeu um dos dois deputados que tinha na anterior legislatura, reelegendo João Almeida.
A CDU também sofreu uma queda, perdendo 5.300 votos relativamente a 2015, e falhou mais uma vez a meta de eleger o primeiro deputado pelo distrito de Aveiro.
Apesar de também não ter conseguido eleger qualquer deputado, o PAN quase triplicou a votação conseguida há quatro anos, somando 10.424 votos, e passou a ser a sexta força partidária mais votada, ultrapassando o PDR.
Houve quatro concelhos (Ílhavo, Estarreja, Vagos e Murtosa) onde pelo menos metade das pessoas inscritas não votaram.
No distrito de Aveiro, votaram no domingo 352.179 dos 645.655 eleitores inscritos, o que corresponde uma abstenção de 45,45%.
Em 2015, ano em que a abstenção se situou nos 43,69% neste círculo, a coligação PSD/CDS-PP foi a mais votada, com 48,14% dos votos (10 deputados), seguindo-se o PS (27,91% e cinco deputados) e o BE (9,9% e um deputado).
A CDU obteve 4,36% e o PDR 1,24%, tendo as restantes candidaturas ficado abaixo de 1%.
O distrito de Aveiro, com uma elevada concentração de empresas, continua a ter uma forte empregabilidade no contexto nacional e há mesmo setores, como o da metalomecânica, em dificuldades de recrutamento.
Em 2018, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego era, em percentagem face à população ativa, de 4,38%, enquanto a média nacional se situou nos 5,54%. Entre o continente e as ilhas, a taxa apenas era inferior nos distritos de Leiria, Santarém e Viana do Castelo.
No entanto, segundo o portal de análise de dados estatísticos EyeData, em termos salariais há uma discrepância negativa face ao panorama nacional, ainda que a situação seja melhor do que a de vários distritos.
Os setores predominantes em Aveiro são a indústria transformadora e o comércio, os quais registavam 50% e 32% do volume de negócios da região, respetivamente, destacando-se ainda o setor das pescas, com um peso na economia nacional de cerca de 19% do total das vendas.
De acordo com o portal EyeData, ferramenta criada pelo Social Data Lab para a agência Lusa, este círculo eleitoral tinha no ano passado uma população média de 696.516 pessoas.
O índice de escolaridade situava-se em 2011 abaixo da média nacional, sendo que só 26,17% da população com mais de 15 anos tinha pelo menos o ensino secundário, enquanto a média nacional era de 30,53%