Licenciada em Economia pelo ISEG, Universidade de Lisboa, Manuela Silva morreu na segunda-feira, refere a instituição universitária, sem adiantar a causa. Tinha 87 anos.
O velório decorre hoje, ao final da tarde, na Igreja da Ressurreição, em Cascais, tendo o funeral lugar na quarta-feira, 09 de outubro, às 14h00, refere o ISEG.
Agraciada com a Grã-Cruz do Infante D. Henrique em 2000 pelo então Presidente da República Jorge Sampaio, Manuela Silva desempenhou vários cargos na Administração Pública ao longo da sua vida, tendo sido secretária de Estado para o Planeamento no I Governo constitucional (1976-77), integrando ainda diferentes grupos de peritos no âmbito da União Europeia, Conselho da Europa e OIT - Organização Internacional do Trabalho.
Em 2013 recebeu o Doutoramento 'honoris causa' pela Universidade Técnica de Lisboa.
"O ISEG presta-lhe homenagem, reconhecendo, publicamente, a sua especial distinção como nossa estudante, professora catedrática convidada, presidente do Conselho Pedagógico, diretora da Revista de Estudos de Economia, membro-fundador do CISEP e Doutora Honoris Causa pela então Universidade Técnica de Lisboa", refere a instituição.
Na sua intervenção cívica, presidiu a Comissão Nacional Justiça e Paz, destacando-se o trabalho pioneiro desenvolvido no estudo da pobreza e das desigualdades em Portugal.
Manuela Silva foi presidente do Movimento Internacional dos Intelectuais Católicos, presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, fundadora e presidente vitalícia da Fundação Betânia e coordenou o Grupo Economia e Sociedade (GES).
"Foi pioneira no estudo do desenvolvimento comunitário em Portugal e no estudo da desigualdade e da pobreza. A ela se deve a coordenação dos primeiros estudos científicos sobre a pobreza realizados em Portugal nos anos 80. Ao longo da sua carreira publicou diversos livros e estudos sobre a economia e a sociedade em Portugal, nos quais revelou sempre uma profunda preocupação com os problemas do desenvolvimento, com as desigualdades, a injustiça social e as diversas formas de pobreza e de exclusão social", refere o ISEG.