MNE defende processo de voto dos emigrantes e frisa participação inédita

O ministro dos Negócios Estrangeiros recusou hoje as críticas do PSD ao processo de votação dos emigrantes nas legislativas de 6 de outubro e destacou que, com mais de 140.000 votos recebidos, se está perante uma participação inédita.

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Lusa
16/10/2019 17:52 ‧ 16/10/2019 por Lusa

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Eleições

Augusto Santos Silva respondia ao deputado Duarte Marques, do PSD, que numa audição parlamentar acusou o Governo de "incompetência" num processo de votação que foi "um embaraço", considerando que o recenseamento automático dos eleitores no estrangeiro foi "uma boa ideia mal executada".

Organizações representativas de emigrantes portugueses alertaram para problemas registados no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha, em que cidadãos nacionais viram as suas cartas devolvidas pelos correios e acabaram por não conseguir votar.

"Lamento as suas palavras. Quer atingir o Governo, mas está a atingir 1,4 milhões de recenseados e muitas centenas de dedicados funcionários, nenhum dos quais faltou ao seu dever", disse o ministro, perante as comissões de Assuntos Europeus e de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas da Assembleia da República.

"Os funcionários da administração eleitoral e dos consulados não mandam nas estações de correio do Brasil [...], na costa leste", frisou Santos Silva, assegurando que em face dos problemas que surgiram, as autoridades portuguesas intervieram para os resolver.

"É isso que explica que tenhamos até ontem [terça-feira] recebido cerca de 140 mil votos emitidos por correspondência, o que significa uma escala que nunca houve de participação de cidadãos residentes no estrangeiro", frisou o ministro, destacando que os quatro deputados a eleger por estes círculos "vão ter uma nova legitimidade e uma nova força politica".

"E mais não digo, porque sou candidato, não vão os senhores deputados pensar que ainda estou em campanha eleitoral", concluiu.

Augusto Santos Silva é candidato a deputado pelo círculo fora da Europa.

Segundo números oficiais, nas últimas legislativas havia 300 mil eleitores residentes no estrangeiro, 28.354dos quais votaram.

Nestas últimas legislativas, o universo de eleitores no estrangeiro cresceu para 1,466 milhões, graças ao recenseamento automático.

Desse total, 2.240 votaram presencialmente nos consulados (204 no círculo da Europa e 2.036 no círculo fora da Europa) e mais de 147.000 votaram por via postal.

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