"Para figuras da dimensão de José Mário Branco, a morte nunca existirá. E como nos canta no seu último álbum de 2004, resistir é vencer", sublinhou o partido em comunicado.
O Livre definiu José Mário Branco como um "incansável lutador antifascista", realçando as muitas participações do artista em "ações pela democracia" tanto em Portugal como no mundo "nunca cedendo na defesa do princípio da liberdade".
"Ficarão para a história muitas das suas canções como 'Inquietação', 'Ser Solidário', o sempre atual 'FMI' ou ainda o poema de Natália Correia 'Queixa das Almas Jovens Censuradas'", sublinhou ainda o partido.
Nascido no Porto, em maio de 1942, José Mário Branco é considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, a partir do final dos anos de 1960 e em particular dos anos que rodearam a Revolução de Abril de 1974, cujo trabalho se estende também ao cinema, ao teatro e à ação cultural.
Foi fundador do Grupo de Ação Cultural (GAC), fez parte da companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo, a União Portuguesa de Artistas e Variedades e colaborou na produção musical para outros artistas, nomeadamente Camané, Amélia Muge, Samuel e Nathalie.
Em 2018, José Mário Branco cumpriu meio século de carreira, tendo editado um duplo álbum com inéditos e raridades, gravados entre 1967 e 1999. A edição sucede à reedição, no ano anterior, de sete álbuns de originais e um ao vivo, de um período que vai de 1971 e 2004.
No ano passado, aquando da homenagem que lhe foi prestada no âmbito da Feira do Livro do Porto, José Mário Branco afirmou: "O que a gente faz é uma gota no oceano do grande caminho da Humanidade".