Em declarações aos jornalistas à margem da Conferência 'Portugal no Mundo: Questões Essenciais', promovida pela Associação de Auditores dos Cursos de Defesa Nacional, que decorre hoje em Lisboa, o ministro foi questionado sobre as expectativas para o setor no OE2020.
"Aquilo que nós esperamos é a evolução na continuidade. Há uma grande estabilidade, como não poderia deixar de haver, nas propostas do Orçamento do Estado para 2020. Na área da defesa também, mas essa continuidade representa também continuidade em relação a compromissos de aumento assumidos no passado", começou por responder.
Gomes Cravinho lembrou que "a Lei de Programação Militar prevê um aumento anual de 20 milhões de euros para permitir os investimentos necessários nas Forças Armadas", garantindo que "isso estará presente".
"Vamos ter continuidade e evolução. E a evolução vai no sentido de aumento do Orçamento para a Defesa", assegurou.
Durante a sua intervenção na abertura da conferência, o ministro considerou haver "um erro profundo em algumas análises que se fazem" em relação aos novos KC-390, daqueles "dizem que estes aviões são brinquedos para as Forças Armadas".
"'A nossa Força Aérea agora vai ter brinquedos que valem 827 milhões de euros, a gente até podia fazer mais escolas e contratar mais professores'. Bom, disparates, mas são disparates que vamos ouvindo não só em cafés, mesmo na Assembleia da República", afirmou, em tom crítico.
Questionado pelos jornalistas sobre esta afirmação do seu discurso, o governante começou por afirmar que, felizmente, no parlamento "há uma diversidade grande de pontos de vista" e, em matéria de defesa, há até "um consenso bastante alargado".
"Contudo, no parlamento e em algumas partes da nossa sociedade, aquilo que verifico é uma falta de compreensão de que a despesa em matérias de defesa representa um investimento para o nosso país", lamentou.
Para Gomes Cravinho, "dizer que não se deve investir em Forças Armadas enquanto houver necessidades na área da saúde ou da educação" é uma postura que tem dificuldade em compreender.
Sobre se a crítica era para os partidos mais à esquerda, o ministro foi perentório: "não, não. Eu não quero particularizar e aliás não creio sequer que seja representativo das ideias defendidas por partidos".
"Contudo, é algo que se nota de vez em quando nos discursos, na narrativa de alguns", referiu.