Bruno de Carvalho “quis saber quem estava com ele, acontecesse o que acontecesse” na véspera do ataque à Academia do Sporting, revelou, esta segunda-feira em tribunal, Ricardo Gonçalves, diretor de segurança e operações do clube quando tudo aconteceu, avança a TVI24.
Em Monsanto, Ricardo Gonçalves referiu ainda que tinha conhecimento de que alguns membros da Juventude Leonina iam à Academia. O então diretor revelou também que reconheceu muitos dos adeptos que entraram naquele dia em Alcochete e que, alguns destes, tinham "cargos importantes" na claque.
Outro dos temas abordados relacionou-se com imagens das câmaras de videovigilância. "As imagens estiveram sempre a gravar, o que aconteceu é que, quando fomos ver com a GNR, as imagens estavam em branco. Liguei a um técnico, que me disse que tinha havido uma quebra na comunicação às 17h18 e perguntei-lhe se era possível desligar remotamente. Disseram que sim", cita o canal.
O responsável deu ainda conta de que testemunhou agressões a Acuña e a Battaglia com socos e empurrões, bem como a Jorge Jesus. "'Vou matar-te, não saem daqui vivos', disseram [os agressores]. Jesus levou soco na fuga, não consegui identificar de quem", relatou Ricardo Gonçalves em tribunal, citado pelo jornal O Jogo.
De lembrar que o julgamento do processo do ataque à academia de futebol do Sporting começou no passado dia 18 no Tribunal de Monsanto, em Lisboa, com 44 arguidos, entre os quais o ex-presidente Bruno de Carvalho.
Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.
Os três arguidos respondem ainda por um crime de detenção de arma proibida agravado e Mustafá também por um crime de tráfico de estupefacientes.
[Notícia atualizada às 13h02]