Em declarações aos jornalistas no Antigo Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa declarou-se "muito feliz" por Greta Thunberg poder estar "umas horas" em território português, "antes de ir para Madrid" para participar numa conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas.
"Num momento em que o mundo discute em Madrid aquilo que é um tema do presente e do futuro, é um sinal muito positivo termos entre nós um símbolo de juventude, de futuro, de luta por uma causa como são as alterações climáticas e o aquecimento global", considerou.
Questionado se mantém a decisão de não se encontrar com a ativista de 16 anos, que se tornou conhecida por fazer greve às aulas em nome do clima, o chefe de Estado respondeu que sim, por não querer "dar a sensação" de que está "a querer tirar proveito político" da sua passagem por Portugal.
"A política não é isso. A política é verdadeiramente lutar pelas causas, e não tirar proveito pessoal das causas", acrescentou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa ressalvou que isso não significa que não esteja "feliz com uma causa" que é defendida por Greta Thunberg e assinalou que teve a oportunidade de a ouvir numa cimeira na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, em setembro.
O chefe de Estado, que falava à margem de uma sessão do programa "Desportistas no Palácio de Belém", elogiou a forma como a jovem sueca "luta com determinação, de uma forma muito pessoal, muito empenhada e tentando dar o exemplo daquilo que defende", percorrendo o mundo "por um meio que respeita o ambiente".
Já no domingo à noite o Presidente da República tinha dito que não iria cumprimentar Greta Thunberg na sua chegada à Doca de Alcântara, em Lisboa, argumentando que isso poderia "ser considerado aproveitamento político".
Greta Thunberg cruzou o Atlântico num catamarã, para evitar os aviões devido à sua carga poluente, e chegou a Lisboa hoje de manhã, depois de 21 dias no mar.
Na Doca de Alcântara, foi recebida pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, e pelo presidente da Comissão de Ambiente da Assembleia da República, José Maria Cardoso, entre outros dirigentes políticos, e por jovens ativistas portugueses.