Em declarações aos jornalistas em Madrid, onde participa na conferência do clima da ONU, o presidente da Zero, Francisco Ferreira, declarou que "há finalmente mudanças estruturais e setores como a aviação e o transporte marítimo alvos de medidas a bem não só do clima mas também de uma gestão mais sustentável de resíduos e da saúde das pessoas".
"Este pacto é sem dúvida um dos mais importantes para a Europa e merece o nosso elogio", afirmou Francisco Ferreira, destacando que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou "um pacote que vai dar muito trabalho ao longo do ano" e que muitas das medidas que prevê deverão ser aplicadas durante a presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre de 2021.
A primeira proposta de lei climática europeia, que deverá ser apresentada até março, "não vai ser aprovada em cem dias", mas os europeus vão tê-la e o facto de haver um calendário obrigará a "andar muito rapidamente e bem".
O Pacto Ecológico Europeu prevê ainda que no próximo verão a Comissão Europeia avance com um plano abrangente para reduzir em 55% as emissões de gases com efeito de estufa (face aos atuais 50%) até 2030, uma área em que "se podia ir mais longe", ressalvou Francisco Ferreira.
O ambientalista indicou ainda que haverá tempo para a União Europeia rever as suas metas para a neutralidade carbónica a tempo de os países revelarem os seus novos compromissos no combate às alterações climáticas, o que deverá acontecer na próxima Conferência das Partes (COP26) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que se realiza em Glasgow em 2020.
Salientou ainda o plano de ação para a qualidade do ar, sintonizado com as diretivas para valores limite de substâncias definidas pela Organização Mundial de Saúde e o fim das licenças de emissão de dióxido de carbono gratuitas para a aviação, indicando os biocombustíveis e a regulação de substâncias químicas como lacunas no pacto hoje apresentado.