Carlos Tavares, comandante Operacional Distrital de Coimbra (CODIS), fez um ponto de situação das operações de Proteção Civil em curso no distrito, um dos mais afetados pelo mau tempo que se fez sentir em Portugal nos últimos dias. O responsável referiu que "o dia de ontem foi crucial" onde "nunca baixámos a guarda".
"Apesar desta melhoria, desde os caudais do periférico central do rio Mondego estarem a diminuir consideravelmente (...) e as condições atmosféricas favoráveis", que têm "ajudado nesta luta desigual contra as forças da Natureza", a vigilância vai continuar.
Há uma das margens do Mondego que "ainda preocupa, mas não com o mesmo grau de gravidade". Amanhã, explica ainda Carlos Tavares, há a intenção de "começar a aliviar algum do dispositivo", uma vez que existe uma "diminuição do grau de gravidade de risco".
"Não vamos, para já, baixar a guarda e continuar a reforçar toda a margem direita. Temos menos caudal, mas o risco de cheia continua", refere o Comandante, acrescentando que "estamos sempre dependentes de marés". "A qualquer momento pode haver cheia, [mas] não será com o mesmo grau de gravidade", reiterou.
No mesmo ponto de situação, realizado no Quartel de Bombeiros de Montemor-o-Velho, o Comandante Operacional Distrital de Coimbra explicou ainda que "há um trabalho intenso depois de recuperação, há estradas que vão ficar interditas durante semanas. O caso não se vai resolver para já".
Já Emílio Torrão, presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, disse que o Estado de Emergência Municipal "vai continuar", acrescentando que os "diques em causa não estão preparados para este tipo de esforço".
De recordar que o distrito de Coimbra é aquele que ainda causa maior preocupação à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), apesar de o número de ocorrências ter "baixado significativamente", esperando-se a redução do leito do rio Mondego nos próximos dias.
"Não se pode dizer que está a voltar à normalidade, nem nada que se pareça, mas o leito do rio Mondego está a reduzir em toda a área envolvente à bacia do rio, o que está a ajudar as populações em redor a retomar a sua normalidade", afirmou o Comandante Carlos Pereira à Lusa, reconhecendo, no entanto, a existência de "situações pontuais".
Ajuda financeira? "Ainda é cedo para falarmos"
"É, de facto, preocupante aquilo que se passa aqui no rio Mondego. (...) Vamos esperar que sejam restabelecidas as condições para podermos fazer a avaliação dos estragos e perceber se a dimensão dos prejuízos justificarão o acionamento de mecanismos para fazer face à reposição imediata das condições normais de trabalho para estes agricultores", resssalvou Maria do Céu Albuquerque.
Em primeiro lugar, acrescentou a ministra, "é preciso fazer uma avaliação correta daquilo que vier a ser necessário fazer para repor a atividade agrícola". Maria do Céu Albuquerque destacou que situações como esta "vão ser cada vez mais frequentes" uma vez que são "efeito claro das alterações climáticas".
Questionada sobre se o Governo equaciona algum tipo de ajuda financeira para os prejuízos nos campos agrícolas, a ministra afirmou que "ainda é cedo para falarmos em ajuda financeira". "Aquilo que viemos aqui fazer (...) foi dar um abraço solidário aos agricultores que é fundamental. Estamos a aproximar-nos do Natal e temos de ser cada vez mais presentes na vida uns dos outros", reiterou.
Presidente desloca-se "nos próximos dias" ao Baixo Mondego
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa vai deslocar-se "nos próximos dias" ao Baixo Mondego, a região do país mais assolada pelo mau tempo. A informação foi dada através de uma nota colocada no site da Presidência da República, esta segunda-feira.
"O Presidente da República, que hoje regressa a Portugal depois da visita de Natal às Forças Nacionais Destacadas no Afeganistão, tem continuado a acompanhar a situação de mau tempo que nos últimos dias assolou o País, tal como já referido na nota de 20 de dezembro", anunciou esta segunda-feira.