Carlos Cabreiro, responsável pela Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), adiantou à agência Lusa que o montante total da burla até agora apurado situa-se em cerca de 28 mil euros na atividade de 'skimming' (cópia de cartões de pagamento) e 270 mil euros com fraudes com dados de cartões, mas que a PJ suspeita que esses valores sejam muito mais altos.
A Polícia Judiciária anunciou hoje que seis pessoas, duas de nacionalidade portuguesa e quatro brasileiros, foram detidas por burla informática, branqueamento de capitais e associação criminosa, tendo sido apreendido diverso material relacionado com fraude associada a compras 'online'.
Carlos Cabreiro explicou que entre o material apreendido constam sistemas de leitura de cartões de débito para acoplar às máquinas ATM, câmaras dissimuladas (usadas para copiar os códigos nas máquinas multibanco) e diverso material informático.
Na posse dos dados, os arguidos, que também efetuavam burlas através do MBWay, faziam compras através da Internet e compras em lojas, de produtos de valor avultado.
Segundo a PJ, esta investigação arrancou no final do ano de 2018, tendo por base vários casos de 'skimming' (cópia de dados de cartões de pagamento) perpetrados de forma reiterada e "com fortes suspeitas de se tratar de uma ação de um grupo organizado".
"As diligências realizadas culminaram na identificação dos presumíveis autores de várias ações criminosas, sendo posteriormente apurado que o grupo tinha divergido para uma outra vertente de fraude associada a compras em plataformas 'online' com recurso a dados de cartões de crédito", divulgou a PJ em comunicado.
A Judiciária realizou diversas buscas domiciliárias e apreendeu objetos relacionados com a prática criminosa, nomeadamente 'skimmers' (equipamento) de leitura de banda magnética, cartões bancários contrafeitos, dispositivos informáticos e de comunicações, dados de cartões, bem como artigos adquiridos da forma ilícita descrita.
As seis pessoas, cinco homens e uma mulher, com idades entre os 21 e os 52 anos, serão presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.
A investigação esteve a cargo da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T), em estreita articulação com o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Sintra.