O motorista que denunciou Cláudia Simões foi, esta sexta-feira à noite, agredido em Massamá, apurou o Notícias ao Minuto. A agressão ocorreu na Avenida 25 de Abril quando o motorista parou para se dirigir a um café e foi abordado por um grupo. Transportado para o hospital São Francisco Xavier, o homem foi agredido com "alguma gravidade" no nariz e no maxilar.
Contactada pelo Notícias ao Minuto, a Direção Nacional da PSP reiterou, posteriormente, que o homem agredido corresponde ao motorista relacionado com o episódio da Amadora.
A PSP encontra-se no local e "já referenciou algumas pessoas", adiantou o porta-voz Nuno Carocha, sublinhando não ter feito ainda qualquer detenção.
Cláudia Simões, recorde-se, alega ter sido agredida por um agente no passado domingo, depois de ter sido detida por estar a viajar no autocarro com a filha, de oito anos, não tendo esta o passe consigo, situação que terá originado tensão entre o motorista e a mulher. A Polícia foi chamada pelo motorista e acabou por deter a Cláudia Simões que surgiu depois com sinais de agressão no rosto.
Numa publicação feita esta segunda-feira a associação SOS Racismo informava ter recebido uma "denúncia de violência policial" contra uma "cidadã negra portuguesa", que terá sido agredida em frente "à filha menor", e que "ficou num estado grave, resultado", lê-se na publicação, das alegadas agressões que sofreu de agentes da PSP.
Já a PSP emitiu, na noite de segunda-feira, um comunicado em que confirma a "denúncia apresentada por uma cidadã contra um polícia, decorrente de uma intervenção policial ocorrida na Amadora, pelas 20h30 do dia 19 de janeiro".
Entende, porém, a PSP que é importante destacar que um agente da polícia "foi abordado pelo motorista" de um autocarro que lhe pediu ajuda perante a "recusa de uma cidadã em proceder ao pagamento da utilização do transporte da sua filha, e também pelo facto de o ter ameaçado e injuriado".
A cidadã "mostrou-se agressiva" perante a abordagem do PSP, "tendo por diversas vezes empurrado o polícia com violência, motivo pelo qual lhe foi dada voz de detenção". "O polícia, que se encontrava sozinho, para fazer cessar as agressões da cidadã detida, procedeu à algemagem da mesma, utilizando a força estritamente necessária para o efeito face à sua resistência", tendo a cidadã, de acordo com a PSP, mordido "repetidamente o polícia".
Entretanto, direção nacional da PSP abriu um processo de averiguações ao caso.