O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recorda de Francisco a "humildade" de um Papa "simples" que descobriu "Portugal e Fátima tarde na sua vida, em 2017" e "culminou na Jornada Mundial da Juventude, há menos de dois anos".
"Guardaremos a humildade do pároco, nunca rendido às vestes do cardeal Papa. Simples, generoso, compreensivo e solidário", lembrou, numa declaração ao país, esta segunda-feira à noite, no Palácio de Belém, em Lisboa.
Para Marcelo, o Papa argentino "foi talvez a mais corajosa voz" dos "líderes espirituais dos últimos 12 anos", a defender a "dignidade humana, paz, justiça, liberdade, fraternidade, diálogo entre culturas e civilizações, preferências pelos mais pobres, frágeis, sofredores, sacrificados, sofridos e explorados, rejeitados e esquecidos deste tempo".
O chefe de Estado português agradeceu também a Francisco o "carinho que devotou a Portugal".
"Mas, sobretudo, à presença ao lado dos que morrem vítimas das diárias negações dos direitos humanos, dos abusos e prepotências, das migrações. Em nome de todos os portugueses, crentes e não crentes, agradeço a Francisco o carinho que devotou a Portugal", acrescentou o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa, católico praticante, declarou que Francisco teve uma "intensa ligação" a Portugal.
O chefe de Estado destacou as canonizações de Francisco e Jacinta Marto e de Bartolomeu dos Mártires e a Jornada Mundial da Juventude, que qualificou como um "momento inesquecível da presença portuguesa no mundo".
"Lembrar Francisco é prosseguir a nossa caminhada com ele. Como ele connosco esteve até ao último dia, ontem [domingo de Páscoa], em Roma, sempre sem medo. A sua luta não é a de um credo, de uma igreja, de uma nação eleita, de uma raça, de uma casta, de uma ideologia, de um ser humano predestinado. A sua luta é de todos e de cada qual, hoje, amanhã e sempre", considerou.
O Papa Francisco morreu, esta segunda-feira, aos 88 anos, devido a um AVC, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia. Nascido em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936, Francisco foi o primeiro jesuíta a chegar à liderança da Igreja Católica.
Francisco esteve internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, tendo tido alta em 23 de março.
A última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.
Leia aqui, na íntegra, a declaração do Presidente da República sobre a morte do Papa Francisco.
[Notícia atualizada às 22h29]
Leia Também: Maçonaria expressa pesar e tristeza pela morte de Francisco