Ciclone na Beira. Autarca pede ajuda a Portugal para reconstrução

O presidente do Conselho Autárquico da Beira, em Moçambique, disse hoje que ainda falta financiamento para dois terços dos cerca de 900 milhões de dólares necessários para reconstruir a cidade afetada pelos ciclones e apelou aos portugueses para ajudarem.

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Lusa
28/01/2020 23:39 ‧ 28/01/2020 por Lusa

País

Moçambique

 

"Nós precisamos à volta de 900 milhões de dólares [cerca de 817 milhões de euros]. Neste momento já conseguimos mobilizar pelo menos um terço, o que é muito bom. Mas precisamos de mobilizar mais", afirmou, em declarações à Lusa em Lisboa, Daviz Simango.

Os financiamentos para um terço dos investimentos a fazer foram conseguidos através do Banco Mundial, de ajudas da Holanda, da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), de municípios portugueses e de um banco alemão, referiu.

Agora, é necessário conseguir os outros dois terços. "Os portugueses não vão conseguir contribuir para tudo sozinhos. Mas queremos que a comunidade internacional dos doadores o faça. E têm vindo a fazer a conta-gotas e cada um de sua forma", adiantou.

"Os portugueses fizeram o seu trabalho, mas também podem ajudar junto de outros países europeus, do Banco Europeu e de outras instituições", considerou Daviz Simango, referindo que "o papel de Portugal pode ser o de um padrinho".

Daviz Simango, que está em Lisboa desde sexta-feira e regressa na quarta-feira a Moçambique, fez hoje uma apresentação pública sobre a reconstrução e reabilitação da cidade Beira após os ciclones Idai e Kenneth, em 2019.

"Vim agradecer a solidariedade dos portugueses e de toda a comunidade portuguesa pelo esforço que fizeram e lembrar-lhes que ainda estamos num processo de reconstrução e apelar-lhes para que continuem a empenhar-se, porque a Beira ainda precisa de muito mais", sublinhou, à margem daquela apresentação pública, que decorreu na sede da UCCLA.

O presidente do Conselho Autárquico da Beira adiantou que pediu à UCCLA para "interceder junto dos vários parceiros" para conseguir concluir a reconstrução.

"Estamos prontos para aquilo que vier das autoridades portuguesas ou das instituições privadas para continuarmos a servir a população da Beira", acrescentou.

Desta visita a Portugal, leva, para já, a promessa do Camões -- Instituto da Cooperação e da Língua e da Câmara de Lisboa de apoios para a construção de uma biblioteca na cidade.

"A Câmara Municipal de Lisboa vai apoiar quer na biblioteca, quer na formação do pessoal que vai fazer a gestão da biblioteca", adiantou.

Daviz Simango acrescentou que está em construção "um novo hospital e quer o Instituto Camões, quer o município de Lisboa. vão juntar sinergias para a apoiar".

"E, naturalmente a UCCLA vai continuar a ser a porta de entrada para o sucesso da mobilização" de apoios, disse.

O ciclone Idai atingiu o centro do país, afetando particularmente a cidade da Beira, na noite de 14 de março. Provocou mais de 600 mortos e afetou cerca de 1,5 milhões de pessoas, além de destruir várias infraestruturas.

No mês seguinte, alguns pontos da província de Cabo Delgado foram atingidos pelo ciclone Kenneth, que causou a morte a 45 pessoas e afetou outras 250 mil.

Entre novembro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.

No total, 714 pessoas morreram durante o período chuvoso em 2018/2019, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth.

 

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