Marta Temido garantiu, esta quinta-feira, que os cidadãos nacionais que regressem de Wuhan, na China, o epicentro do novo coronavírus, "são rastreados à partida e são rastreados à chegada" a Portugal.
"O confinamento a um espaço de isolamento, seja ele um espaço domiciliário ou outro tipo de espaço, está a ser ainda estudado e preparado porque depende da condição clínica destas pessoas", explicou ainda a ministra da Saúde.
"Cada um destes cidadãos terá uma consulta com a autoridade à chegada, que terá integrado um médico e que aplicará um inquérito epidemiológico e um inquérito sobre a história clínica recente, de forma a garantir que qualquer suspeita é logo identificada e encaminhada adequadamente", asseverou.
Marta Temido disse também que as autoridades nacionais estão "ainda a trabalhar para perceber exatamente a que horas chegam as pessoas, quem são as pessoas e outras informações que são indispensáveis", não avançando a data precisa em que os portugueses irão regressar.
A ministra explicou que o rastreio, que será feito através de uma avaliação clínica e física, que inclui a medição da febre, será feito no aeroporto, o que não quer dizer que não haja uma avaliação complementar, se for necessária.
De acordo com informação que dispõe, Marta Temido disse que vão regressar a Portugal cerca de dezena e meia de portugueses, mas ressalvou que "poderão ser menos, porque alguns concidadãos optaram por não deixar a China por várias razões".
Disse ainda que o Ministério da Saúde está a acompanhar toda esta situação através da Direção-Geral da Saúde. "A diretora-geral da Saúde [Graça Freitas] está neste momento a coordenar um conjunto de diligências que temos de ter preparadas para quando for necessária a intervenção do Ministério da Saúde", referiu.
O que está preparado, salientou, é "um dispositivo que segue os protocolos internacionais definidos para o acolhimento" dos portugueses quando chegarem a território nacional. "As autoridades estão a trabalhar para garantir que os portugueses que regressem tenham o acompanhamento adequado ao seu estado", assegurou.
"Vamos seguir de perto aquilo que são os protocolos que estão definidos pelas entidades competentes e estamos a acompanhar também a conferência da Organização Mundial da Saúde sobre este tema", a qual se realiza hoje.
A governante falava aos jornalistas à margem da apresentação do Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Setor da Saúde, que decorreu hoje no Ministério da Saúde.
Recorde-se que quanto a portugueses que irão ser retirados da região, os números divergem. Fonte do Executivo comunitário adiantou esta quarta-feira à agência Lusa que "17 portugueses" queriam abandonar a cidade chinesa, mas o Governo adiantou ao Notícias ao Minuto que são 15 - dos quais 14 residentes em Wuhan.
Um dos portugueses em Wuhan confirmou à RTP que foi informado que amanhã deverá estar no consulado francês pelas 18 horas. Embarcará rumo a Paris com Lisboa como destino final.
O A380, o maior avião comercial do mundo que vai fazer o repatriamento de cidadãos europeus desde Wuhan, descolou do Aeroporto de Beja às 10h06 desta quinta-feira. Até chegar a território chinês, o avião fará duas paragens, em Paris, França, e em Hanói, no Vietname.
"Está tudo preparado para a missão. Estamos prontos para ir e trazer as pessoas, portugueses incluídos", disse o comandante da companhia aérea portuguesa Hi Fly, esta quinta-feira aos jornalistas, antes da partida.
[Notícia atualizada às 14h44]