O voo, que partiu na quinta-feira de Portugal rumo a Paris, e de onde deveria ter saído hoje rumo a Hanói e depois a Wuhan, no centro da China, para resgatar cidadãos europeus, incluindo os 17 portugueses, aguarda autorização das autoridades chinesas para partir.
A SIC Notícias avança que o avião irá deixar a capital francesa esta sexta-feira às 20h50 e tem previsão de chegada às 5h50 da madrugada - hora de Lisboa - de domingo a Marselha.
"Esta é uma operação complexa no quadro da concertação europeia e depois há outra coordenação ainda mais complexa, com as autoridades chinesas. Estando a cidade [de Wuhan] de quarentena, estes cidadãos só podem sair com autorização das autoridades de saúde pública e administrativas da China", dissera já o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, em declarações à Antena 1 .
"Essa autorização ainda está em curso e só com essa autorização é que nós podemos dar a operação como bem-sucedida e respirar de alívio", acrescentou.
Recorde-se que a aeronave saiu do aeroporto de Beja, esta quinta-feira, pelas 10h06. Até chegar a território chinês, o aparelho tem duas paragens: Em Paris, França, e em Hanói, no Vietname.
Na terça-feira, foi anunciado que a UE iria enviar dois aviões durante esta semana à região chinesa de Wuhan para repatriar 250 franceses e outros 100 cidadãos europeus que o solicitassem, independentemente da nacionalidade.
Já ontem, Augusto Santos Silva tinha alertado, também em declarações à rádio Antena 1, que não podia adiantar a data em os cidadãos nacionais vão chegar a território português. Depois, em declarações à Lusa, o ministro dos Negócios Estrangeiros fez sobressair que a "operação é muito complexa, quer do ponto de vista logístico, quer do plano diplomático", tendo exigido uma delicada montagem e coordenação dos países europeus.
Também esta quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o novo coronavírus como emergência de saúde pública internacional mas explicou que o número de casos se tem "mantido relativamente pequeno" fora da China, fazendo esta declaração para evitar maior propagação.
A cidade chinesa de Wuhan, epicentro do surto do novo coronavírus, está isolada do mundo desde há uma semana, como a quase totalidade da província de Hubei, onde vivem 56 milhões de pessoas, impedidas de deixar a região. O vírus já matou 213 pessoas.
Recorde-se que os sintomas associados à infeção causada pelo coronavírus com o nome provisório de 2019-nCoV são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, como falta de ar.
Os casos suspeitos de coronavírus detetados em Portugal devem ser colocados numa área de isolamento e os profissionais que os detetem devem usar equipamentos de proteção individual.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu na quinta-feira ao fim do dia um documento com orientações para profissionais do sistema de saúde em Portugal para a prevenção e controlo da infeção pelo novo corinavírus detetado na China e que infetou já cerca de 10 mil pessoas.
Perante um caso suspeito, o potencial doente deve ser colocado numa área de isolamento (um quarto, uma sala ou um gabinete), que permita distanciamento social em relação aos restantes utentes ou doentes.