"A operação de repatriamento dos cidadãos portugueses que estavam retidos em Wuhan está em curso, está a decorrer bem, com as complexidades inerentes a essa operação", disse o ministro aos jornalistas no final da Cimeira dos 'Amigos da Coesão' a decorrer na Pousada de São Francisco, em Beja.
O ministro escusou-se a dar pormenores, nomeadamente quando e onde chegam os portugueses a Portugal, afirmando que "têm saído 'notícias entre aspas' que são muitas vezes falsas e só prejudicam o decurso da operação".
"Está aqui o interesse público e está aqui a ajuda a compatriotas nossos e quanto mais respeitarmos as regras técnicas e diplomáticas deste tipo de operações, maior sucesso ela terá", frisou.
Perante a insistência dos jornalistas quanto à previsãode chegada dos portugueses, Santos Silva limitou-se a dizer que a chegada será anunciada.
Questionado sobre pedidos de ajuda de quatro países lusófonos para o repatriamento de cidadãos seus em Wuhan, o ministro confirmou tê-los recebido, mas assegurou nada poder fazer para lhes responder positivamente.
"Sim, recebemos esses pedidos e procurámos que eles fossem correspondidos. Infelizmente não é uma decisão que esteja nas nossas mãos, visto que se trata de uma operação europeia, que é coordenada por outro país que não Portugal", afirmou, escusando-se contudo a confirmar de que países partiram ou quantas pessoas envolviam.
Dezassete portugueses de Wuhan, cidade chinesa colocada sob quarentena, pediram para ser repatriados e, segundo fonte do governo chinês, o avião que os vai transportar tem autorização para partir hoje à noite (domingo na China).
O avião, fretado pelo Governo francês, e que partiu na quinta-feira de Portugal, rumo a Paris, tendo chegado hoje a Wuhan, no centro da China, após uma segunda paragem em Hanói, irá partir um dia depois do previsto inicialmente.
Os portugueses que vão ser retirados confirmaram à Lusa que já estão reunidos no consulado francês em Wuhan, a partir de onde serão transportados, junto com outros 350 cidadãos europeus, a maioria franceses, para o avião, um Airbus A-380.
A China elevou hoje para 259 mortos e quase 12 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).
Além do território continental da China e das regiões semiautónomas chinesas de Macau e Hong Kong, há mais de 50 casos de infeção confirmados em 20 outros países.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quinta-feira uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional (PHEIC, na sigla inglesa) por causa do surto do novo coronavírus na China.