Foi aprovado, esta quinta-feira, o Orçamento do Estado para 2020, apenas com os votos a favor do Partido Socialista. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) já reagiu e considera "insuficiente" o reforço previsto para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Em comunicado enviado às redações, a FNAM defende ainda que o documento é "muito pouco claro" quanto "às medidas de valorização dos seus recursos humanos, nomeadamente do trabalho médico".
Com esta aprovação, advoga a Federação, "perde-se mais uma oportunidade de reverter o caminho de desinvestimento no SNS, que tem sido imposto por sucessivos governos". Um caminho que, aliás, "tem levado à perda progressiva dos médicos formados no SNS, por patente défice das condições de trabalho".
"O Governo e o Ministério da Saúde excluíram os representantes legítimos dos médicos daquele que poderia ter sido um verdadeiro debate sobre a situação atual do SNS. É inaceitável que as prioridades para o SNS sejam definidas de costas voltadas para os profissionais que o integram", aponta a FNAM.
A Federação avisa também que "algumas das propostas, nomeadamente eventuais novos modelos remuneratórios, terão obrigatoriamente que ser alvo de negociação com os sindicatos. Enquanto não o forem, não passam de intenções vagas".
"A defesa do SNS", conclui, "passa por um verdadeiro investimento, que não pode descurar a valorização dos seus recursos humanos. A renegociação da carreira médica, a melhoria generalizada das condições de trabalho e a valorização da base remuneratória dos médicos é essencial".