"Face às declarações das autoridades venezuelanas referindo uma alegada falha de segurança num voo com origem em Lisboa, o Ministro da Administração Interna determinou à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) a realização de uma averiguação para apuramento dos factos", lê-se no comunicado da Administração Interna, enviado às redações.
Além de acusar o Governo português de violar "padrões internacionais", as autoridades venezuelanas acusam ainda o embaixador português em Caracas, Carlos Sousa Amaro, de interferir nos assuntos internos da Venezuela, ao interceder pelo tio de Juan Guaidó, Juan Marquez, que foi preso na terça-feira, quando aterrou no mesmo voo da TAP, acusado de transportar explosivos.
Segundo o Governo venezuelano, Juan Marquez, que acompanhava o sobrinho Juan Guaidó, transportou "lanternas de bolso táticas" que escondiam "substâncias químicas explosivas no compartimento da bateria".
Assim, as autoridades venezuelanas consideram que a TAP, nesse voo entre Lisboa e Caracas, violou normas de segurança internacionais, permitindo explosivos, e também ocultou a identidade do autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, na lista de passageiros, embora a segurança aeroportuária não seja da responsabilidade das companhias transportadoras.
Questionada pela Lusa, a TAP escusou-se a comentar a alegação.
"Não faz sentido nenhum"
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros afirmou hoje que a acusação dirigida pelas autoridades venezuelanas ao Governo português "não faz nenhum sentido" e que Portugal espera "que este pequeno incidente seja rapidamente ultrapassado".
"Por via diplomática, vamos ver se a Venezuela nos dirige algum pedido de esclarecimento. Naturalmente, nenhuma nota verbal que é apresentada às autoridades portuguesas fica sem resposta", acrescentou Augusto Santos Silva, em declarações aos jornalistas, num hotel de Nova Deli, onde se encontra na Índia a acompanhar a visita de Estado do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.