"Este é, sobretudo, um espaço afetivo. Queremos que os doentes com cancro e as suas famílias se sintam aqui completamente apoiados, numa altura em que travam aquela que, porventura, será a mais dura cruzada das suas vidas", disse o presidente da câmara, Domingos Bragança, na inauguração do gabinete.
Situado na freguesia de Mesão Frio, o gabinete de psico-oncologia de Guimarães resulta de um protocolo entre a câmara municipal e a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPC) - Núcleo Regional do Norte.
A câmara disponibilizou e equipou o espaço, num investimento de cerca de 100 mil euros, e assegura toda a logística, cabendo à LPC disponibilizar os psicólogos que farão o atendimento.
No gabinete, serão realizadas sessões de psicoterapia, tanto individuais como em grupo.
"Este gabinete pretende restituir o sol que o cancro rouba ao doente e à família", disse ainda Domingos Bragança.
O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso, sublinhou que o doente oncológico "é muito especial, muito carente e não pode ser tratado como outro qualquer".
"Há um distanciamento cada vez maior entre os profissionais de saúde e o doente oncológico e há que contrariar essa tendência. Tem de haver uma empatia muito grande com o doente, porque isso dá força, cria imunidade", referiu.
Lembrou que a incidência oncológica "vai aumentar", mas vincou que a mortalidade é hoje bem menor do que antes.
"Atualmente, temos 400 mil sobreviventes", adiantou, para destacar o papel dos gabinetes de psico-oncologia na recuperação dos doentes com cancro.
O gabinete está também pronto para dar apoio psicológico aos profissionais de saúde, que muitas vezes acabam igualmente por "claudicar" com os casos que têm entre mãos.