Gaia quer que Metro dê prioridade à linha Santo Ovídio/Campo Alegre

A Assembleia Municipal de Vila Nova de Gaia aprovou, por unanimidade, uma recomendação à Metro do Porto para que seja conferida "prioridade absoluta" à linha de metro Santo Ovídio-Devesas-Campo Alegre, conhecida como "segunda linha de Gaia".

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Lusa
06/03/2020 06:42 ‧ 06/03/2020 por Lusa

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Metro do Porto

"Recomenda-se à Metro do Porto o desenvolvimento dos estudos de procura e estudos económicos-financeiros que permitirão aferir a urgência da nova linha de metro em Gaia e conferir-lhe a prioridade absoluta que entendemos que deve ter na nova fase de investimentos do Estado e da Metro do Porto", lê-se nas conclusões do texto aprovado por PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PAN e pelo Grupo Municipal de Presidentes de Junta de Freguesia, na quinta-feira à noite.

Em causa está o trajeto entre Santo Ovídio e Devesas, em Vila Nova de Gaia, até ao Campo Alegre, no Porto.

Esta recomendação surgiu depois do presidente da Câmara de Gaia, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues, que é também presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), ter decidido na reunião camarária de segunda-feira enviar uma moção à Assembleia Municipal sobre este tema, isto depois de uma troca de palavras, nessa sessão, com o vereador social-democrata Cancela Moura, que é também vice-presidente da Distrital PSD/Porto.

"Gostava de ter o conforto de todos os partidos para uma luta que vai ser de grandes dificuldades. Não há nada que me desvie de defender Vila Nova de Gaia neste processo (...). Se tiver de sair da AMP para defender Gaia, sairei. Não está nos meus horizontes, mas se tiver de ser assim, será", disse, esta noite, Eduardo Vítor Rodrigues.

O autarca quis promover o debate a nível local sobre linhas de metro para o concelho na sequência de um comunicado da distrital do Porto do PSD, que no dia 26 de fevereiro exigiu a sua demissão imediata, enquanto presidente do Conselho Metropolitano.

Ao longo do texto, o PSD/Porto considerava que, "em toda a sua história, nunca o Conselho Metropolitano do Porto teve, como agora, um presidente que envergonha o passado de prestígio e de reconhecimento de todos aqueles que sempre defenderam a coesão metropolitana", estando em causa o protocolo sobre a expansão do Metro do Porto.

No texto dos sociais-democratas estavam enumeradas linhas consideradas como prioritárias, não estando incluídas referências à chamada "segunda linha de Gaia", o que levou Vítor Rodrigues a acusar, na reunião camarária de segunda-feira, Cancela Moura de "esquecer os gaienses" em nome de "interesses e lealdades partidárias".

Na quinta-feira, em jeito de resposta a estas declarações, o PSD/Porto saiu em defesa de Cancela Moura, garantindo que este, "na qualidade de deputado à Assembleia da República, exigiu recentemente esclarecimentos ao ministro do Ambiente, em sede de discussão de Orçamento do Estado, sobre a calendarização e data de início" da obra.

O PSD/Porto explicou, ainda, em comunicado, que a "omissão" à segunda linha de metro de Gaia no texto do primeiro comunicado se deveu a "um lapso de transcrição do texto".

"Não nos cai os parentes à lama por reconhecê-lo. Em vez de perder tempo em jogos florais, melhor seria que o presidente do Conselho Metropolitano do Porto dignificasse as funções que ocupa", conclui o PSD/Porto.

Já na Assembleia Municipal, de quinta-feira à noite, o deputado municipal social-democrata Rui Rocha Pereira falou em "falha de comunicação" entre as estruturas do PSD locais e distritais, desvalorizando o episódio e garantindo que este partido vê a linha Santo Ovídio-Devesas-Campo Alegre como "prioritária".

"No nosso programa eleitoral tínhamos essa prioridade. Seria incoerente e incompreensível que não defendêssemos esta recomendação. Até vamos mais longe e defendemos que os estudos sejam céleres", disse Rui Rocha Pereira.

Já os restantes partidos políticos e coligações com assento na Assembleia Municipal de Gaia escusaram-se a comentar a troca de palavras entre socialistas e sociais-democratas, com o Bloco de Esquerda a apelidar o episódio de "novela", a CDU a considerar que o debate entre PS e PSD "não merece comentário" e o CDS a achar "extemporânea" a atenção dada ao caso.

"Reafirmamos a urgência da obra", disse o deputado do CDS-PP João Pedro Begonha, enquanto a deputada Luísa Ferreira (BE) considerou a concretização da linha "urgente" ao ponto de, disse, "dispensar estudos que possam conduzir a adiamentos".

Já Paula Batista, da CDU, levou a votação de uma recomendação desta coligação, a qual incluía reivindicações sobre várias linhas de metro para a AMP, incluindo a chamada "segunda linha de Gaia", mas o documento foi rejeitado.

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