Santiago, um bebé de dois anos, está internado nos cuidados intensivos, em coma induzido, no Hospital de São João, no Porto, na sequência de uma pneumonia viral. O diagnóstico foi feito três dias depois de ter dado entrada nas urgências, no passado dia 24 de fevereiro.
Na altura, os médicos desconheciam qual o vírus responsável pela pneumonia. Foi já nos cuidados intensivos, esta quinta-feira, que se concluiu que a causa da pneumonia de Santiago é um vírus proveniente da gripe A, conta ao Notícias ao Minuto a mãe do menino, Vânia Magalhães.
Esta mãe alega que Santiago foi vítima de negligência médica na ala pediátrica do hospital, quando uma médica terá retirado o oxigénio à criança, no dia 29.
Situação que se prolongou durante cerca de 5 minutos e que terá ditado a transferência de Santiago para os cuidados intensivos. "Bastaria ter lido o relatório médico", queixa-se Vânia, indignada com o procedimento. Segundo a mãe, o menino terá começado a ficar roxo, tendo sido uma enfermeira a questionar a médica sobre o que havia acabado de fazer.
Questionado pelo Notícias ao Minuto, o Hospital negou a acusação, defendendo que o procedimento foi, aliás, o oposto: reforçar o oxigénio no quadro de um agravamento clínico "progressivo" .
Santiago foi então transferido para os cuidados intensivos nesse mesmo dia, onde permanece em situação considerada crítica, em coma induzido, correndo perigo de vida, embora se encontre estabilizado.
Vânia já pediu, através de uma advogada, esclarecimentos ao hospital, solicitando a abertura de um inquérito, mas ainda não obteve qualquer resposta. E caso tal não se verifique até ao dia de hoje, garante, avançará com uma queixa no Departamento Instrução e Ação Penal (DIAP) do Porto contra a médica em causa e contra o hospital.
Hospital assegura que a equipa clínica "está completamente empenhada"
Num esclarecimento enviado posteriormente ao Notícias ao Minuto, o Hospital confirma que o menino "está internado no Serviço de Pediatria do CHUSJ" desde o passado dia 27, com um "quadro de infeção respiratória" e cuja evolução clínica, "apesar do tratamento instituído, foi sempre no sentido de um agravamento progressivo". O diagnóstico é de "pneumonia vírica a Influenzae A (H1)".
A condição de saúde do menino, acrescenta o hospital, "evoluiu para insuficiência respiratória, com necessidade de ser admitido em unidade de cuidados intensivos, inicialmente com ventilação não invasiva e posteriormente ventilação invasiva (...) pelo que foi colocado em ECMO, uma técnica que substitui a função do pulmão na oxigenação do sangue através de uma máquina de circulação extracorporal", explica o hospital.
"Neste momento", o pequeno Santiago "mantém um estado clínico reservado", mas a "equipa clínica está completamente empenhada no tratamento do menino", garantindo que os cuidados de saúde que está a receber "são extremamente complexos e exigentes".
[Notícia atualizada às 20h50]