"O Presidente da República visitou hoje o Hospital de São João, tendo sido recebido pelo Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário de São João e pelo Diretor do Serviço de Doenças Infeciosas, onde se inteirou do estado de saúde dos doentes internados com Covid-19, com os quais falou do exterior através do vidro do quarto de isolamento", pode ler-se numa nota publicada na página da Presidência da República.
Em declarações aos jornalistas, em direto para as televisões, o chefe de Estado revelou também que os 16 pacientes infetados com coronavírus estão com o "moral positivo", sublinhando uma "evolução positiva" destes pacientes.
"Tive a oportunidade de ver, porque se vê pelo vidro aqui [no Hospital de São João], em Lisboa vê-se através de uma câmara. Aqui vê-se pelo vidro e fala-se com as pessoas, dá para ouvir os 16 internados, e o que eu posso dizer é que, de facto, todos eles com moral positivo, vários deles mantiveram o diálogo comigo e, não fora o risco de contaminação, estariam teoricamente em condições, alguns deles, de poderem ir para casa para a sua atividade normal. Mas esse risco é tão importante que justifica que lá fiquem", disse o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, à chegada ao Teatro Nacional São João (TNSJ), no Porto, para a comemoração do centenário deste espaço cultural.
Marcelo referiu ainda que encontrou, "quer no caso dos homens, quer no caso das mulheres, que são muito menos, uma evolução positiva, psicologicamente positiva e fisicamente positiva".
O Presidente da República "ouviu ainda uma exposição sobre as formas de conter o surto viral", do qual já foram confirmados 21 casos de pessoas infetadas em Portugal.
Também hoje, o Centro Hospitalar de São João, no Porto, anunciou a instalação de um hospital de campanha "para responder em exclusividade ao Covid-19", doença causada pelo novo coronavírus, sem adiantar quando entrará em funcionamento e a capacidade do mesmo.
"Pude verificar no Hospital de São João a preparação da instalação do hospital de campanha, para evitar o contacto de quem tem de fazer as análises com a população normal, que passa por um hospital e que são muitos, eu vi hoje, entrei pelas urgências", afirmou o chefe de Estado.
O surto de Covid-19, detetado em dezembro na China, já provocou mais de 3.500 mortos entre mais de 101 mil pessoas infetadas em pelo menos 94 países.