Autoridades do medicamento sem indicação de falhas mas a monitorizar

As autoridades do medicamento da União Europeia estão a monitorizar o abastecimento de medicamentos por causa do Covid-19, apesar de ainda não haver falhas, e recomendam às empresas farmacêuticas a implementação de medidas de resiliência apropriadas.

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Lusa
11/03/2020 07:07 ‧ 11/03/2020 por Lusa

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Coronavírus

 

Numa nota disponível hoje na página da Internet do Infarmed, é referido que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e as autoridades do medicamento da União Europeia estão a monitorizar de perto o potencial impacto do surto de Covid-19 nas cadeias de medicamentos.

Contudo, as autoridades sublinham que não foram recebidos, até ao momento, relatórios sobre falhas de abastecimento ou interrupções no fornecimento de medicamentos comercializados na UE.

"No entanto, à medida que a emergência de saúde pública se desenvolve, a escassez ou interrupções de abastecimento de medicamentos não podem ser excluídas", destacam.

A UE (EMA, a Comissão Europeia e as Autoridades competentes dos Estados Membros) organizaram a primeira reunião do Grupo Executivo da União Europeia sobre a escassez de medicamentos causados por grandes eventos, para discutir medidas destinadas a abordar o impacto do surto de Covid-19 no fornecimento de medicamentos na União Europeia.

Nesta reunião, as autoridades destacaram que é responsabilidade das empresas farmacêuticas garantir a continuidade do fornecimento de medicamentos.

Por isso, recomendam, por exemplo, que os fabricantes implementem medidas de resiliência apropriadas, como o aumento de 'stocks' ou o fornecimento duplo de produtos e materiais.

Na nota, é referido que o grupo executivo vai identificar e coordenar as ações em toda a UE "para, se necessário, proteger os pacientes se existirem falhas de abastecimento de medicamentos na União Europeia.

O grupo pretende também garantir que os pacientes e profissionais de saúde em toda a UE "sejam informados de maneira consistente e transparente sobre os riscos e as ações corretivas adotadas".

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos. Cerca de 117 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 631 mortos e mais de 10.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.

Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.

Segundo a DGS, há ainda 667 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Por causa da situação, o Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.

Face ao aumento de casos em Portugal, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.

Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.

 

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