O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, esteve de visita ao Hospital do São João, esta quarta-feira, e à saída revelou aos jornalistas a existência de 29 casos naquele hospital no Porto, que continua assim a ser a unidade com mais pessoas infetadas.
"O Hospital de São João tem feito um trabalho fantástico que vale a pena relevar. Será um exemplo para todos os hospitais que venham a ter muitos casos [mas] é evidente que estão a precisar de gente", começou por dizer Miguel Guimarães, depois do apelo que fez aos profissionais de saúde
"O número confirmado no Hospital de São João são 29 casos", revelou. Questionado sobre se nesse número estava incluído o caso de uma jovem de 17 anos que foi três vezes às urgências antes de ser diagnosticada com Covid-19 respondeu "sim".
"Estamos numa fase importante de contenção da doença e o Governo vai hoje tomar decisões que são importantes para o país", continuou, referindo que "não tem de ter receio" de "tomar decisões de contenção porque elas são mesmo necessárias". O bastonário deu ainda conta de que não quer que o país "passe por aquilo que outros países passaram, nomeadamente a Itália, e para isso é necessário quebrar a transmissão do vírus".
"Temos 10 hospitais ativados? Se calhar devíamos ter mais. Ter pensado na hipótese de ter hospitais dedicados ao Covid-19 - pelo menos um na região Norte, Centro e Sul - porque se for para fazer isso, o melhor é fazer já", sugeriu Miguel Guimarães, "portanto há medidas que têm sido faladas, mas penso que a diretora-geral da Saúde e a ministra já [as] terão equacionado".
Sobre o estado clínico dos 29 doentes internados no São João, o bastonário dos Médicos garantiu que "estão todos controlados". "Não há nenhum doente que esteja a necessitar de cuidados intensivos. [O que] não quer dizer que não possa vir a acontecer", vincou.
Recorde-se que depois do apelo feito pelo bastonário da Ordem dos Médicos mais de mil médicos responderam positivamente para reforçar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde para combater o surto de Covid-19. Sobre este apelo referiu que "a maior parte são médicos que estão no ativo, que trabalham fora do SNS".
[Notícia atualizada às 12h45]
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