A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) anunciou, durante a tarde desta quarta-feira, que teve conhecimento de que o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, não pretende "colocar em isolamento profissionais de saúde que tiveram contacto direto com os casos diagnosticados com Covid-19".
Em comunicado, a força sindical adianta que o hospital pretende que estes profissionais "se mantenham em trabalho, com máscara".
"Trata-se de um comportamento inaceitável por parte de um dos maiores hospitais do país, que se designa como hospital de referência", pode ler-se na referida nota.
Sublinhando que "qualquer cidadão em situação de contacto direto com caso diagnosticado com o Covid-19 tem indicação de permanecer em quarentena", a FNAM considera incompreensível "que uma Administração Hospitalar tome para si decisões que são do foro da Autoridade de Saúde", pretendendo ainda "impor aos seus trabalhadores medidas discriminatórias em relação a qualquer outra pessoa".
O sindicato reitera também que esta é "uma atitude que desrespeita os direitos dos profissionais de saúde e de risco para a população", para além de desrespeitar "as recomendações da Direção-Geral de Saúde (DGS) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC)".
A DGS avançou, esta quarta-feira, com um novo balanço de casos de infeção por Covid-19. O último boletim epidemiológico dá conta de 59 casos confirmados de infeção (um aumento de 18 casos) e 471 suspeitos.
Reforça a entidade que 83 casos aguardam resultado laboratorial e que há 3066 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Em Portugal, há atualmente seis cadeias ativas de transmissão. De realçar que dois casos foram importados de Espanha, nove de Itália e um da Alemanha/Áustria.
Dos 59 casos confirmados, 36 são da região norte, três do centro, 17 na região de Lisboa e Vale do Tejo e três em Faro. Quanto ao género, dos 59 casos confirmados, 33 são do sexo masculino e 26 do feminino.