"As dificuldades crescentes que se têm sentido no normal funcionamento das atividades letivas e a preocupação em assegurar condições idênticas para todos os estudantes, independentemente da escola ou da sua morada, aconselham a alteração das medidas que têm estado em vigor", justifica o Politécnico do Porto (P.Porto) num comunicado publicado na quarta-feira à noite na sua página da Internet.
Face à declaração do Covid-19 como pandemia, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), alteraram-se as circunstâncias que permitiam manter a regularidade das atividades letivas nas escolas, com as exceções conhecidas da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculos (ESMAE), no Porto, cujas atividades letivas já tinham sido suspensas na semana passada, e da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), no campus 3, na zona do Tâmega e Sousa, encerrada esta semana, refere o P.Porto.
Além das atividades letivas presenciais, foram suspensos o funcionamento de bibliotecas, salas de estudo e espaços de convívio, bem como congressos, seminários e outros eventos, nomeadamente os que envolvam pessoas externas ao P.Porto.
Todas as atividades desportivas e culturais nas instalações do P.Porto e o atendimento presencial ao público, em todas as escolas e serviços, também estão suspensos.
No comunicado assinado pelo presidente da instituição, João Rocha, lê-se ainda que se mantêm em funcionamento a cantina do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), os bares dos Serviços Comuns (SC) e do campus 2 (localizado na linha fronteiriça da Póvoa de Varzim/Vila do Conde, que alberga a Escola Superior de Media Artes e Design e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo), encerrando-se todas as outras unidades alimentares.
Foram ainda suspensas todas as deslocações em serviço, incluindo as já autorizadas.
As escolas do P.Porto distribuem-se por três campus, com 24 centros de investigação, mais de 18 mil estudantes, 56 licenciaturas e os 62 mestrados.
A OMS declarou quarta-feira a doença Covid-19 como pandemia, devido aos "níveis alarmantes de propagação e de inação".
A pandemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.500 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassou as 124 mil pessoas, com casos registados em 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 59 casos confirmados.
Face ao avanço da doença, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.
Em Portugal, a Direção Geral da Saúde (DGS) atualizou quarta-feira o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (18), ao passar de 41 para 59.
A região Norte continua a registar o maior número de casos confirmados (36), seguida da Grande Lisboa (17) e das regiões Centro e do Algarve (três cada).
O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou na quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, considerou que esta recomendação "faz sentido" e que o encerramento de escolas será feito de forma casuística "analisando o risco, caso a caso, situação a situação".