Covid-19: Pais aplaudem fecho de escolas e garantia de rendimentos

O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais aplaudiu hoje a decisão do Governo de encerrar as escolas e de garantir o rendimento dos encarregados de educação que tenham de ficar em casa com as crianças.

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Lusa
13/03/2020 06:29 ‧ 13/03/2020 por Lusa

País

Covid-19

 

"Esta era a medida que esperávamos e é a mais adequada", afirmou Jorge Ascensão à Lusa, referindo-se ao anúncio feito na quinta-feira pelo primeiro-ministro de mandar encerrar todos os estabelecimentos de ensino a partir de segunda-feira devido à pandemia de Covid-19.

A medida vai afetar mais de dois milhões de alunos: no ensino pré-escolar estão inscritas cerca de 240 mil crianças, no ensino básico e secundário são quase 1,4 milhões e nas instituições de ensino superior perto de 373 mil alunos. A estes juntam-se ainda as crianças das creches.

Desde que começaram a ser conhecidos casos de alunos e professores doentes com o novo coronavírus, os diretores das escolas e pais começaram a defender a antecipação das férias da Páscoa em duas semanas, como forma de tentar conter a disseminação do vírus.

"A nossa prioridade sempre foi a saúde das crianças e de todos os que trabalham nas escolas", disse Jorge Ascensão, sublinhando que os pais sempre respeitaram as decisões das autoridades de saúde, mas "ficam mais sossegados" com o fecho das escolas.

O discurso de António Costa trouxe outra boa notícia para os encarregados de educação: quem tem filhos até aos 12 anos não será prejudicado financeiramente.

O primeiro-ministro prometeu criar um mecanismo para assegurar a "remuneração parcial" dos pais que fiquem em casa, um apoio que se estende a quem trabalha com recibos verdes.

Jorge Ascensão explicou que esta era outra das preocupações dos pais que temiam ser prejudicados por terem de ficar em casa com as crianças.

Apesar das "boas notícias", o presidente da Confederação diz que existem outros temas que continuam a merecer atenção, como o impacto nos alunos de quase um mês sem aulas.

António Costa disse na quinta-feira que os alunos podem continuar a ter aulas à distância, mas Jorge Ascensão apontou as desigualdades entre famílias: "Uns têm chalés e outros têm casebres".

"Nem em todas as escolas, nem em todas as famílias haverá ensino à distância", disse, sublinhando, no entanto, que o mais importante neste momento é avançar com medidas para tentar parar a disseminação do novo coronavírus.

Jorge Ascensão declarou que já em anos letivos sem distúrbios é complicado dar toda a matéria, neste caso a situação poderá ser ainda mais complicada: "Não vai ser fácil, mas não vai ser impossível".

O representante dos pais contou à Lusa que já tinha, há algum tempo, agendada uma reunião com responsáveis do Ministério da Educação e que este será um dos assuntos a abordar.

Jorge Ascensão deixou um apelo a que todos cumpram as recomendações da Direção-Geral da Saúde e do primeiro ministro de permanecer em casa e evitar espaços públicos, porque só desta forma "a medida de encerrar escolas será eficaz".

De acordo com os últimos números da Direção-Geral da Saúde, registam-se 78 doentes com Covid-19 em Portugal, admitindo que ainda não se atingiu o pico do surto.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou na quarta-feira a doença como pandemia, tendo em conta os "níveis alarmantes de propagação e inação": "Podemos esperar que o número de casos, mortes e países afetados aumente", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Desde dezembro, foram infetadas mais de 130 mil pessoas em mais de uma centena de países, mas a maioria conseguiu recuperar da doença provocada pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia e que provocou quase cinco mil mortos.

 

 

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