"Serão enviadas orientações sobre as avaliações do 2.º período e continuaremos a trabalhar para que todas as questões relacionadas com as tarefas administravas da escola possam acontecer, tudo o que tem a ver com procedimentos concursais, com as inscrições em exames", disse Tiago Brandão Rodrigues.
O governante falava aos jornalistas depois do Conselho de Ministros sobre a pandemia de Covid-19, em Lisboa, na qual acrescentou que hoje terá "uma reunião com as organizações dos diretores" das escolas, para discutir várias questões relacionadas com este surto do novo coronavírus, incluindo "a comunicação feita às famílias por parte das escolas sobre esta suspensão" das aulas.
Tiago Brandão Rodrigues explicou que esta comunicação deve ser "acompanhada por uma recomendação forte" para que sejam cumpridas as regras de higiene, distanciamento social e, sobretudo, da contenção da participação dos alunos em atividades, iniciativas e deslocações a locais que potenciem o contágio".
As escolas de todos os graus de ensino vão suspender as atividades letivas presenciais a partir de segunda-feira devido ao surto de Covid-19, anunciou na quinta-feira o primeiro-ministro, António Costa, numa declaração ao país.
A medida vai afetar mais de dois milhões de alunos: só na educação pré-escolar estão inscritas cerca de 240 mil crianças, no ensino básico e secundário são quase 1,4 milhões e nas instituições de ensino superior perto de 373 mil alunos. A estes juntam-se ainda as crianças das creches.
Durante a conferência de imprensa, o ministro da Educação destacou que também está suspenso "tudo o que está relacionado com o desporto escolar, com as atividades extracurriculares e com todas as atividades que acontecem" nos estabelecimentos de ensino.
O responsável pela pasta da Educação adiantou que o ministério está a trabalhar com os "parceiros europeus", para que "todo o trabalho que está a ser feito" ao nível dos Estados-membros da União Europeia possa "servir de base" para o que está a ser feito em Portugal.
Tiago Brandão Rodrigues terminou a intervenção com "uma palavra de responsabilidade" para os estudantes portugueses, desde "os mais pequenos até aqueles que já são mais velhos".
O ministro da Administração Interna e a ministra da Saúde vão declarar hoje "o estado de alerta em todo o país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão".
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados, dos quais 69 estão internados.
A região Norte continua a ser a que regista o maior número de casos confirmados (44), seguida da Grande Lisboa (23) e das regiões Centro e do Algarve, ambas com cinco casos confirmados da doença.