Depois da China, Itália é o país que está a ser mais afetado pela pandemia de Covid-19 e é nesta altura o maior foco de preocupação a nível europeu. Já morreram mais de mil pessoas e há registo de mais de 15 mil pessoas infetadas.
Em declarações concedidas à Antena 1, o diretor do departamento de doenças infecciosas do Hospital Universitário de Pisa, descreveu o pesadelo em que o país mergulhou e deixa avisos a Portugal, para que não siga o mesmo caminho de Itália na crise do coronavírus.
O médico frisa que as medidas impostas pelo governo liderado por Giuseppe Conte foram “demasiado pequenas e demasiado tarde” e abordou ainda as difíceis decisões que têm de ser tomadas face ao elevado número de doentes que precisam de cuidados intensivos.
“Poderemos ter que escolher entre as que têm mais necessidade e viabilidade em termos de saúde. Um dilema ético, obviamente”, referiu, deixando avisos a Portugal.
“Esta é a minha mensagem para Portugal. Não se coloquem na mesma situação que a Itália. Evitem o contacto, fechem as escolas, fechem as universidades, deixem as pessoas ficar em casa. Não se coloquem na mesma posição que nós e não façam esforços insuficientes nem demasiado tarde”, sublinhou.
Para este responsável do Hospital Universitário de Pisa, “o verdadeiro risco de contágio são os hospitais, a urgência do hospital”. “Essa foi a causa principal da multiplicação do vírus”, salientou.
Esta quinta-feira o primeiro-ministro António Costa anunciou um conjunto de medidas para enfrentar o surto de Covid-19 em Portugal, nas quais estão incluídas o encerramento das escolas a partir da próxima segunda-feira, assim como de discotecas. A lotação nos restaurantes também será restringida.