Funcionárias de limpeza do Metro do Porto recusam-se a trabalhar

Cerca de 100 funcionárias de limpeza da empresa privada que presta serviço no Metro do Porto recusaram hoje trabalhar "por falta de material de proteção" da Covid-19, como luvas e desinfetante, disse à Lusa o sindicato do setor.

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Lusa
16/03/2020 10:40 ‧ 16/03/2020 por Lusa

País

Covid-19

"Faltam luvas e desinfetante. Até haver luvas e desinfetante, as cerca de 100 trabalhadoras recusam trabalhar. Todos os funcionários, sejam da empresa do Metro ou de empresas ao serviço do Metro, têm de estar protegidos face ao coronavírus", afirmou Eduardo Teixeira, do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Atividades Diversas (STAD).

A Metro do Porto informou que "todas as limpezaslavagens e desinfeções continuam a ser feitas como normalmente, não colocando em causa a segurança dos clientes", existindo "um problema com alguns piquetes" da empresa de limpeza Iberlim, fornecedora da ViaPortosubconcessionária da Metro.

"A Metro do Porto não é parte neste diferendo com entre os colaboradores e a Iberlim, mas tem vindo a sensibilizar a ViaPorto para que o problema se resolva", disse à Lusa fonte da Metro.

Para Eduardo Teixeira, do STAD, o plano de contingência da empresa Metro do Porto "deve ser abrangente a todos os trabalhadores" e garantir que empregados de empresas privadas contratadas, seja de segurança ou limpeza, "estão tão protegidos como os do Metro".

Caso contrário, disse, aqueles trabalhadores colocam-se em risco e colocam em risco os restantes funcionários.

O sindicalista esclareceu que, com isto, não pretende dizer que tem de ser a Metro do Porto a resolver o problema, mas que a questão tem de ser resolvida, sob pena de colocar em causa o plano de contingência.

"O plano de contingência da empresa só avança se todos os trabalhadores estiverem protegidos", vincou.

Eduardo Teixeira, da STAD, disse à Lusa que já esteve em contacto com a empresa e que esta vai "ver qual o material que têm em stock para resolver o problema".

A questão, avisou o sindicalista, é que "as empresas estão a começar a ficar com dificuldades em adquirir material de proteção", pois "todo o stock disponível está a ser direcionado para o Serviço Nacional de Saúde".

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje para 331 o número de casos de infeção confirmados para 245, mais 76 do que os registados no sábado.

De acordo com o boletim sobre a situação epidemiológica em Portugal, divulgado hoje às 12:30, há 2.908 casos suspeitos, dos quais 374 aguardam resultado laboratorial.

Segundo a DGS, há três casos recuperados.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou hoje o Conselho de Estado para quarta-feira para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência, enquanto o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que Portugal e Espanha vão limitar a circulação na fronteira a mercadorias e trabalhadores transfronteiriços.

O Governo declarou na sexta-feira o estado de alerta no país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão, e suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de segunda-feira, impondo restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

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