"A plataforma continua a registar diariamente um aumento do número de utilizadores, verificando-se uma grande mobilização de todas as instituições de ensino superior na adoção de ambientes colaborativos e de ensino à distância no âmbito dos seus planos de contingência para prevenir a transmissão do novo coronavírus", lê-se no comunicado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES).
A plataforma Colibri, disponibilizada pela Unidade de Computação Científica Nacional da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT-FCCN), registou na segunda-feira uma utilização correspondente a um total de 2.441.387 minutos.
"No sentido de continuar a apoiar a comunidade académica e científica na adoção de ambientes de trabalho colaborativo e garantir a manutenção das atividades letivas e da investigação, assim como promover o teletrabalho no momento excecional que o país enfrenta, a FCT-FCCN tem vindo a reforçar a capacidade das plataformas em ambiente colaborativo, tendo desde já duplicado o número de processadores, de memória, disco e máquinas virtuais de 'transcoding' do Colibri", refere o MCTES.
A tutela lembra que a plataforma permite o ensino à distância através de aulas virtuais até 300 participantes, além de partilha de documentos de áudio, vídeo, texto, imagens, quadro branco e ecrã.
Para apoiar o ensino à distância e o teletrabalho a FCT-FCCN disponibilizou também outros instrumentos e serviços de apoio, como o Videocast, uma ferramenta que permite transmissão de vídeo em direto para todo o mundo, "sem anúncios ou interrupções" e através da qual é possível "partilhar uma aula com todos os que tenham acesso ao link de transmissão, com opção de controlo por palavra-chave".
Outro serviço disponível, o Educast, "permite gravar, editar e publicar vídeos educativos, nomeadamente aulas, formações ou tutoriais", que são carregados para um "portal pesquisável, que agrega mais de 22 mil vídeos educativos" e que ficam disponíveis em "múltiplos formatos: 'streaming', 'desktop' e 'mobile'".
Ficam também disponíveis a Nau, uma plataforma de cursos 'online' em formato MOOC (cursos livres massivos 'online', na tradução em português), que podem ser usados pelas instituições para formação aos trabalhadores em regime de teletrabalho; e o Filesender, uma plataforma de partilha de ficheiros de grande dimensão, não suportáveis por envio por 'email'.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.
Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
O boletim divulgado pela DGS assinala 4.030 casos suspeitos até hoje, dos quais 323 aguardavam resultado laboratorial.
Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram.
De acordo com o boletim, há 6.852 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Atualmente, há 19 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais uma do que no domingo.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.
Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.
Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
O Governo também anunciou o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais 67 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.