Apontando a situação de Ovar como um "preocupação acrescida" devido ao elevado número de casos de infeção por Covid-19 e os indícios de transmissão comunitária, o secretário de Estado da Saúde quis deixar à população do município "uma palavra de alento", assegurando que "esta é a melhor forma de proteger a sua saúde" e a dos outros.
Estas declarações foram proferidas na habitual conferência de imprensa no Ministério da Saúde, com a presença da diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, no dia em que o número de infetados aumentou para 642 e se registou a segunda morte devido à Covid-19.
António Sales destacou que Ovar nos deve deixar a todos "mais alerta" e que temos de estar conscientes da velocidade com que o vírus se propaga.
Elogiando o "elevado sentido de responsabilidade e civismo dos portugueses", António Sales avisou que "ainda estamos no início do caminho" de uma batalha que se prevê longa.
Ao mesmo tempo, o governante quis deixar uma mensagem positiva, mostrando-se confiante numa "vitória coletiva". "Somos todos, coletivamente, agentes de saúde pública", referiu.
Respondendo às perguntas dos jornalistas, o secretário de Estado salientou que estão a ser reforçadas "todas as aquisições de EPI (Equipamento de Proteção Individual)". "Todos os dias estamos a ir ao mercado", disse o governante, assinalando que 2 milhões de máscaras e 150 mil EPI vão ser distribuídos pelos hospitais até ao final desta semana e que, a partir da próxima semana, "este stock será reforçado".
Sobre as altas hospitalares, Graça Freitas explicou que, neste momento, dos 642 infetados, apenas estão internadas 89 pessoas, aplicando-se uma "regra simples" desta doença: 80% das pessoas ficam em cuidados domiciliários, 15% em enfermaria e 5% poderão precisar de cuidados intensivos.
"À medida que o quadro clínico estabilizou" e tendo em conta a "capacidade para ficar em casa", estas pessoas acabaram por receber alta, explicou.
Questionada sobre eventuais novas medidas em aeroportos, Graça Freitas admitiu estar a ser equacionada quer a imposição de quarentena quer o rastreio por controlo de temperatura.
A diretora-geral deixou ainda uma palavra de solidariedade e condolências à família da segunda vítima mortal devido à Covid-19.
Por fim, e sublinhando que a DGS tem estado a comunicar "com toda a transparência", Graça Freitas indicou que, nesta fase, já "é possível ter alguma ideia para onde podemos estar a caminhar". "Os especialistas estão neste momento, mais uma vez, reunidos para fazer o ponto de situação para entregar aos decisores políticos a melhor evidência científica em Portugal com toda a transparência".