Angola fechou as fronteiras aéreas a passageiros, para evitar a propagação da pandemia de Covid-19 e a entrada de casos importados, às 00h00 de hoje. Até agora, não há registo de infeções por coronavírus em Angola.
O Governo português está a negociar a possibilidade de repatriamento dos cidadãos portugueses que têm pedido o seu regresso dos PALOP [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa], apesar das restrições colocadas por alguns países africanos, entre os quais Angola, devido ao combate à covid-19.
Na sua página da internet, o consulado-geral de Portugal em Luanda recomenda a quem quer adquirir bilhetes que contacte os balcões da TAAG.
Cerca de 500 pessoas contactaram já, entre quinta-feira e hoje, os serviços consulares em Angola, manifestando a intenção de regressar a Portugal, indicou uma fonte.
Os serviços avaliam se os cidadãos cumprem os requisitos para o repatriamento, nomeadamente estarem transitoriamente em Angola, como turistas e empresários, doentes, com carências graves ou outras situações humanitárias, definindo prioridades consoante o grau de vulnerabilidade.
Os cidadãos que precisem de apoio para regressar a Portugal e cumpram estas condições podem fazê-lo através do endereço eletrónico regressoaportugalao@gmail.com, até 21 de março, devendo indicar o nome completo, dados do passaporte, contactos atualizados morada em Portugal e breve descrição da situação em que se encontra, devidamente comprovada.
Alguns destes portugueses seguirão nos aviões da TAAG, com partidas marcadas para esta noite e madrugada e outros deverão embarcar num voo fretado da Euroatlantic previsto para as próximas 24 horas, segundo outras fontes.
A TAP passa a operar 25 voos diários a partir de segunda-feira, dia 23, sobretudo para "dar resposta à missão de transportar os portugueses" de volta ao país, anunciou a companhia aérea portuguesa.
Angola é o país africano lusófono com maior comunidade portuguesa, estimando-se que cerca de 130 mil cidadãos nacionais residam no país.
O país fechou todas as suas fronteiras terrestres, marítimas e aéreas à circulação de pessoas, suspendendo todos os voos comerciais e privados de passageiros, por um período de 15 dias para prevenir a propagação da doença Covid-19, provocada pelo novo coronavírus.
A pandemia levou vários países a adotar medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras, deixou vários cidadãos portugueses em situação de vulnerabilidade em todo o mundo, obrigando Portugal a fazer um levantamento das necessidades dos portugueses que necessitam de apoio para regressar.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 265 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 11.100 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 90.500 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 4.032 mortos (mais 627 que na quinta-feira) em 47.021 casos.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.