Todos os cidadãos a bordo do navio serão objeto de testes de despistagem
A diretora nacional do SEF, Cristina Gatões, garantiu que todos os 1.300 passageiros que chegaram hoje a Lisboa num navio de cruzeiro "terão que ser objeto de testes de despistagem" ao novo coronavírus pela Direção-Geral da Saúde.
© Lusa
País Covid-19
O Governo já tinha hoje anunciado que as autoridades portuguesas iniciaram uma operação de repatriamento de mais de 1.300 passageiros que chegaram hoje a Lisboa num navio de cruzeiro, dos quais 27 portugueses, no âmbito das medidas de combate à Covid-19.
Em declarações aos jornalistas, a diretora nacional do SEF deixou claro que "o processo relativamente aos portugueses demorará, para já, o tempo que for necessário para a Direção-Geral da Saúde fazer os procedimentos de início dos testes e obter o resultados em segurança".
"Todos os cidadãos que estão a bordo deste navio para poderem desembarcar terão que ser objeto de testes de despistagem e isso é feito pela Direção Geral da Saúde e serão feitos à medidas que houver possibilidade de proceder ao seu embarque para que regressem aos países de origem", assegurou.
Relativamente aos cidadãos estrangeiros, o princípio que permitiu que esta operação fosse realizada é que "estejam garantidos os voos de repatriamento dos mesmos".
"Para que isso aconteça a empresa [do cruzeiro] está a tratar do fretamento de aviões que possam levar estes cidadãos para o seu destino", adiantou, deixando claro que esta será uma operação que se vai estender por "vários dias".
Na terça-feira, segundo a diretora nacional do SEF, vão iniciar-se as operações de repatriamento dos cidadãos estrangeiros, "à medida que forem chegando os aviões e que houver condições" de segurança.
Em relação aos portugueses a bordo, a indicação de que o SEF dispõe é que "durará, durante a tarde de hoje, previsivelmente cerca de cinco horas".
"Mas mais importante do que saber quanto tempo demora é saber que eles são feitos e que são feitos em segurança e que a Direção-Geral da Saúde pode confirmar, em relação a cada destes portugueses, que irão sair, que o podem fazer em segurança e que vão regressar às suas casas, às suas famílias, cumprindo o isolamento a que todos estamos obrigados e que não são eles um foco de transmissão", enfatizou.
De acordo com Cristina Gatões esta é uma operação de colaboração que envolve o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Ministério da Saúde, o Ministério das Finanças, o Ministério da Administração Interna, a administração do Porto de Lisboa ou as infraestruturas devido ao aeroporto.
"Tudo isto é fundamental e todos eles estão coordenados para que a operação se inicie com os testes que são feitos pela Direção-Geral de Saúde, mas que depois tenham em cada fase do processo de embarque e repatriamento destes cidadãos seja feito com segurança", afirmou.
Segundo uma nota do Ministério da Administração Interna (MAI), o navio de cruzeiro MSC Fantasia, proveniente do Brasil, chegou hoje a Lisboa com 1.338 passageiros, dos quais 27 são cidadãos portugueses.
O MAI refere que os restantes passageiros são provenientes de 38 países (maioritariamente da União Europeia, Reino Unido, Brasil e Austrália), decorrendo a operação "em articulação com diversas embaixadas destes países".
A operação conjunta pretende fazer "cumprir as determinações vigentes, de modo a assegurar a saúde pública", determinadas pelo estado de emergência, e decorrerá ao longo dos próximos dias.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 290 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 12.700 morreram.
Portugal tem 14 mortes associadas ao vírus da covid-19 confirmadas, mais duas do que no sábado, e 1.600 pessoas infetadas, segundo o boletim de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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