A pandemia da Covid-19 matou em Portugal 33 pessoas até esta terça-feira, dia 24 de março. De acordo com os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) há ainda 2362 pessoas infetadas com o novo coronavírus.
O número de óbitos subiu de 23 para 33 em relação ao último balanço da DGS, feito esta segunda-feira. Ao contrário do que chegou a ser noticiado de acordo com dados da DGS, o "óbito registado na Região Autónoma dos Açores" e que se apresentava como "caso suspeito" viria, afinal, a ter "resultado é negativo para COVID-19".
Pelo que, e ao contrário do que afirmou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, durante a conferência de imprensa de hoje, os 29 mortos até às 00h00 de segunda-feira não se confirmam, bem como a atualização feita logo após estas declarações no boletim epidemiológico da DGS - que apontava para 30 vítimas, sendo uma delas nos Açores.
Mas a confusão com os números não se ficou por aqui. Pelas 16h20 desta terça-feira, a DGS enviou para as redações uma rectificação do boletim, referindo que a vítima dos Açores não se confirmava e que o número total de mortos era de 33 - 14 na região Norte, 6 na região Centro, 12 na região de Lisboa e Vale do Tejo, e um na região do Algarve.
No que diz respeito ao número de infetados aumentaram para 2362, mais 302 em relação a ontem, o que representa uma subida de 14,7% no número de infetados. Quanto aos casos de recuperação bem sucedidos aumentaram de 14 para 22.
A autoridade de saúde revelou que nesta altura aguarda-se pelo resultado laboratorial de 1783 testes. O total de casos suspeitos é de 15.474 desde o dia 1 de janeiro.
Os dados da DGS mostram ainda que dos 2362 infetados, 203 estão internados. 48 encontram-se na Unidade de Cuidados Intensivos. A grande maioria está a recuperar em casa.
O boletim da DGS inclui, esta terça-feira e pela primeira vez, uma distribuição geográfica do número de casos confirmados por concelho. Neste momento, existem casos confirmados em 66 municípios portugueses. O concelho mais afetado é o de Lisboa, com 175 casos, seguido do Porto, com 126, e da Maia, com 104.
Perguntas e respostas
Depois de ter avançado com os números, que costumam ser dados primeiramente através do boletim epidemiológico, o governante passou a esclarecer algumas questões.
Quando à operação de repatriar os passageiros que estão no cruzeiro que atracou em Lisboa no domingo, António Sales garantiu que 27 cidadãos - 20 portugueses e sete com autorização de residência - foram testados e lembrou que “um dos portugueses testou positivo e encontra-se no seu domicílio”.
O Secretário de Estado da Saúde adiantou ainda que estão a ser adquiridos 500 ventiladores na China que “chegarão até meados de abril”.
Ao ser questionado pelos jornalistas presentes na conferência de imprensa sobre os testes, o secretário de Estado explicou que foram encomendados 280 mil e que esta semana chegarão mais 80 mil a Portugal e negou que haja racionamento dos testes.
"Às vezes avaliamos os números de perspetivas diferentes, mas estamos todos a falar a mesma linguagem”, assegurou o secretário de Estado, adiantando que "não há racionamento nos testes, há sim racionalização".
Além isso, garantiu António Lacerda Sales, com a entrada da nova norma, que tem efeitos a partir do dia 26 de março, uma das prioridades passa a ser fazer testes a "doentes em lares e unidades de convalescença”.
Quanto a equipamentos de proteção individual, o secretário de Estado assegurou que está a ser feito “um reforço no mercado”.
[Notícia atualizada às 17h34 com a rectificação dos números do boletim epidemiológico desta terça-feira]