A reunião sobre a 'Situação epidemiológica da COVID-19 em Portugal’ que, decorreu à porta fechada, esta terça-feira, e que contou com a presença do Presidente da República, o primeiro-ministro, os líderes dos principais partidos, os líderes das confederações patronais e os das estruturas sindicais, deixou Marcelo Rebelo de Sousa confiante de que nesta "batalha todos rumam no mesmo sentido".
Uma das principais conclusões da reunião, destacou em declarações aos jornalistas, é que "há razões para ter esperança". "Essas razões são alimentadas todos os dias por esta contenção, por todos os que trabalham para que ela seja possível", disse o chefe de Estado.
"Estávamos todos os que são responsáveis, unidos por uma causa, a batalhar por Portugal e vamos continuar a remar no mesmo sentido", garantiu o Presidente, referindo que estas reuniões acontecerão mais vezes.
Depois de agradecer aos profissionais de saúde pelo papel fundamental que desempenha, Marcelo agradeceu também aos portugueses. "Estamos perante uma mola, que é esta pandemia, e, se não for contida com força, tende a evoluir. Os portugueses percebem isso, é preciso manter a pressão forte na mola, dizem os especialistas."
"O tal momento de estabilização, que dura um certo tempo, pode ser um pouco depois de dia 14 de abril (Marcelo Rebelo de Sousa)Sobre se a data divulgada anteriormente para o pico da epidemia - 14 de abril - se mantém, o Presidente da República admitiu que poderá ser "um pouco mais tarde", podendo deslocar-se uns dias.
Esclarecendo que "não é possível fazer previsões certas", Marcelo explicou que "é uma curva mais moderada, e o tal pico, o tal momento de estabilização, que dura um certo tempo, pode ser um pouco depois de dia 14 de abril". Porém, acrescentou, "os portugueses estão a fazer com que a curva não seja a curva de outros países, comparando o número não só de contaminados, mas de internados, e internados em cuidados intensivos, e também de mortos".
"Preocupação há sempre", mas o chefe de Estado garante que saiu da reunião "menos preocupado". "Estamos mais unidos, vai existir mais informação dos especialistas, os portugueses estão a fazer com que a curva não seja a mesma que foi noutros países", considerou.
Quanto ao número de mortes e de infetados em Portugal, garantiu que os dados divulgados correspondem à realidade e que, sempre que há um óbito, "o motivo declarado é esse, mesmo que existam outros problemas de saúde", garantiu, reiterando que "tem havido uma preocupação constante de verdade".
"Não há vacina até ao fim do próximo inverno"
As notícias de que poderá surgir uma nova vaga da epidemia no inverno foi um dos temas debatidos nesta reunião, mas Marcelo Rebelo de Sousa refere que "ainda é cedo para ter certezas".
"Naturalmente, no diálogo de hoje foi tratado esse tema, que é de termos a noção de que pode ser necessário que os especialistas sugiram dicas para o enfrentar no próximo inverno, ainda é cedo para ter certezas", rematou.
De acordo com os últimos dados divulgados, o novo coronavírus já fez 30 vítimas mortais e 2362 infetados.