Falta de material? Costa "não quer alimentar polémicas" e vai ao terreno

António Costa visitou, esta quarta-feira, o Hospital Curry Cabral, em Lisboa.

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Filipa Matias Pereira
25/03/2020 12:07 ‧ 25/03/2020 por Filipa Matias Pereira

País

Covid-19

Durante uma visita às instalações do Hospital Curry Cabral, em Lisboa, António Costa teve oportunidade, esta quarta-feira, de analisar a capacidade instalada da unidade de saúde. Em declarações aos jornalistas, assegurou que o Curry Cabral "está preparado para poder tratar exclusivamente Covid-19" e preferiu "não alimentar polémicas" quanto à falta de material de proteção individual. 

Este tem sido um "hospital de primeira linha" e poderá vir a "centralizar doentes com outras patologias, que estejam noutras unidades, e que tenham também Covid".

Nesta visita, o primeiro-ministro teve oportunidade de verificar a quantidade de camas "já ocupadas, a capacidade que o hospital tem de alargar o seu potencial e a capacidade que tem de passar das 36 camas que tem atualmente no serviço para as 300". Estas poderão vir a ser necessárias se "a epidemia tiver uma evolução muito dramática". 

Questionado relativamente à falta de material de proteção individual, Costa "não quer alimentar polémicas" e prefere "ver no terreno" os recursos que existem. "Há uma procura universal de equipamentos de proteção", recordou. O primeiro-ministro surpreendeu ainda os presentes ao tirar do bolso uma lista onde constava o material que foi encomendado pelo Governo. 

Confrontado pelos jornalistas com críticas sobre o número reduzido de testes realizados no país para diagnóstico do novo coronavírus, o líder do Executivo citou na sua resposta o diretor do serviço de infeciologia do Hospital Curry Cabral, Fernando Maltez.

"Mantenhamos todos o Estado de Emergência, a contenção, o isolamento social e a enorme disciplina que temos tido e que temos de ter cada vez mais para evitar a expansão da pandemia. Essa é a chave disto tudo. Antes do número de ventiladores nos cuidados intensivos, antes do número de camas para internamento, antes dos testes, acima de tudo temos de ter uma enorme disciplina", sustentou o primeiro-ministro.

António Costa falou então na necessidade de haver disciplina no hábito de lavar as mãos com frequência, de não mexer na cara ou não cumprimentar ou abraçar outras pessoas, e de cada um dos cidadãos ficar o máximo possível em isolamento em casa, evitando ao máximo as saídas. "Esse é o grande desafio que nós temos. Todos os outros são sequenciais", reforçou António Costa.

De acordo com o primeiro-ministro, se as regras de higiene e de distanciamento social forem cumpridas, "essa é a melhor ajuda que se poderá dar para que não faltem testes, equipamentos, camas e os profissionais possam desempenhar o seu trabalho".

O primeiro-ministro foi questionado também sobre alegadas divergências entre os números oficiais e os de algumas autarquias e recordou que, na véspera, já foi explicado aos líderes de todos os partidos e ao Presidente da República como são feitos os registos sobre os doentes com covid-19.

"Cada médico faz a inscrição numa plataforma comum dos casos que identifica, essa é a origem. Os números da DGS são simplesmente a agregação dessa informação descentralizada, a DGS não produz números, agrega os números que lhe são transmitidos por todos e publica-os", respondeu.

 

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