O Presidente da República mostrou-se, esta quinta-feira, esperançoso com a "descida na percentagem de crescimento" dos efeitos da pandemia de Covid-19 em Portugal, numa conferência que teve lugar após uma reunião por videoconferência com o bastonário da Ordem dos Médicos.
Marcelo Rebelo de Sousa diz ter tido um diálogo "muito interessante" com Miguel Guimarães, uma vez que, não só pôde ver "a capacidade de resposta que é dada e vai ser dada" nas unidades de saúde, como também discutir a evolução dos números no país.
"Estivemos a analisar os números de hoje e a comparação com os números dos últimos dias. Pode ser que já haja aqui sinais positivos dos efeitos da primeira decisão do encerramento das escolas, e depois, porventura numa menor escala, também de medidas restritivas que apelaram à contenção dos portugueses", afirmou.
"O que é facto é que há uma descida na percentagem de crescimento e que a curva se afastou da curva que era expectável e seguida noutros países. Mas é preciso esperar, porque, dia a dia, se vai recolhendo os elementos para verificar se este distanciamento é ou não constante", acrescentou.
O Presidente da República destacou, ainda, o facto de o bastonário da Ordem dos Médicos ter demonstrado "total disponibilidade" quanto às necessidades do setor, mesmo que se venha a registar uma fase de "pico dos picos" em Portugal.
"Falou, por exemplo, do apelo que a Ordem fez aos médicos que estão no setor privado ou retirados, e disse que houve uma resposta de cinco mil. Teve a oportunidade de dizer que há uma disponibilidade e uma capacidade de resposta dos médicos mesmo nessa situação de pico", anunciou.
"Como se sabe, a situação de pico pode levantar um grande desafio ao nível do internamento e dos cuidados intensivos. Claro que depois também o existe no acompanhamento, no despiste, nesta fase crucial em que entrámos, que é de mitigação, assim como da capacidade de tratamento em casa, que foi uma grande diferença entre a experiência portuguesa e outras", completou.
Quanto há hipótese de o atual estado de emergência, que se encontra declarado até ao próximo dia 2 de abril, ser prolongado, Marcelo Rebelo de Sousa disse apenas que irá "acompanhar a evolução da realidade".
"Haverá uma nova reunião de responsáveis políticos com especialistas, será ponderado por mim, em diálogo com o primeiro-ministro e com o Parlamento, exatamente o que é necessário para os 14 dias seguintes, se é preciso, além de renovar o Estado de Emergência, acrescentar mais controlo. Essa avaliação será feita com os dados até ao começo da próxima semana, para depois vigorar, se for caso disso, até ao dia 16 de abril", disse o chefe de Estado.