De acordo com um ofício enviado, o SIM pediu a Marta Temido que determine a requisição civil de "todos os serviços e estabelecimentos de saúde particulares situados no território nacional geridos" pelo Serviço de Ação Médico-Social do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SAMS/SBSI).
O sindicato também solicitou a requisição civil de "todos os trabalhadores de saúde e outros, nomeadamente de prestadores de serviço habituais, indispensáveis" para garantir o funcionamento das unidades de saúde do SAMS/SBSI.
O SIM tinha apelado, em 22 de março, ao SAMS para não encerrar o centro clínico que tem em Lisboa devido às "fortes pressões" que o Serviço Nacional de Saúde tem sentido durante a pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).
Em 23 de março, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul acusou a administração dos serviços médicos dos bancários de irresponsabilidade pelo fecho total dos serviços, aproveitando para "um despedimento coletivo".
A administração do SAMS/SBSI garantiu no mesmo dia que a "melhor solução" encontrada foi a aplicação das "novas regras de regime simplificado de 'lay-off' criadas pelo Governo", para fazer face à propagação da pandemia da covid-19 e garantir a "salvaguarda da segurança e saúde" de profissionais e doentes.
A direção clínica dos serviços médicos dos bancários considerou ainda que o contexto é de uma "situação limite que reduz drasticamente a atividade dos serviços clínicos", todos fechados, mantendo-se apenas a assistência a 26 pessoas internadas no hospital do SAMS, em Lisboa.
O Sindicato Independente dos Médicos também quer que seja dado um "apoio extraordinário" à manutenção dos contratos de trabalho "em situação de crise empresarial" nos SAMS.
De acordo com um ofício enviado ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o SIM pede que seja recusada a "atribuição de apoios imediatos de caráter extraordinário, temporários e transitórios" ao SBSI, uma vez que esses apoios carecem "de fundamentação lícita".
O sindicato quer também que o Instituto da Segurança Social peça "com muita urgência" à Direção-Geral da Saúde (DGS) uma "cópia de todo o expediente ali produzido e recebido, com vista ao encerramento que recentemente terá sido determinado por esta autoridade de saúde pública" em relação às unidades de saúde geridas pelo SAMS.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 23.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, registaram-se 60 mortes, mais 17 do que na véspera (+39,5%), e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 549 novos casos em relação a quarta-feira (+18,3%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de 19 de março e até às 23h59 de 2 de abril.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.