Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas no final de uma visita a uma farmacêutica, em Loures, começando por referir que há uma decisão do Governo "que o Presidente da República apoia", no sentido de "os portugueses resistirem à tentação de começarem a deslocarem-se de um lado para o outro por férias ou encontros familiares".
Contudo, a sua deslocação este sábado de manhã "é uma exceção que foi intencional". Foi "para mostrar aos portugueses que estão em casa, que são milhões e milhões, que há portugueses a trabalhar porque se trata de uma fábrica de laboração contínua, que não pára".
Questionado sobre se os portugueses iriam resistir em casa também ao vê-lo na rua, Marcelo foi peremptório: "O Presidente, como sabem, tem uma função de trabalho. Isto é trabalho. E os portugueses sabem que aqueles que estão a trabalhar, estão a trabalhar".
"O que interessa, e agora que se aproxima o período da Páscoa, [é que] os que não estão a trabalhar e não têm de trabalhar, respeitem o apelo de contenção. Não é só por eles, é pelas suas famílias, é pelos portugueses. Isto é uma tarefa coletiva que estamos a viver e que estamos a vencer, porque a adesão dos portugueses é massiva, mas tem de continuar", sublinhou o Presidente da República.
"Quando o Governo faz estes apelos ou toma estas decisões é com base no que os especialistas dizem. Dizem: 'Atenção que a mobilidade nestas circunstâncias, num período tão longo como é o da Páscoa, com encontro de famílias numerosas, com contacto de grupos de risco, pode comprometer o esforço que está a correr bem'", reiterou.
Já sobre se está a 'resistir' aos mergulhos com o bom tempo que se faz sentir, Marcelo referiu que mal seria "se o Presidente da República não desse o exemplo, a mergulhar, a ir à praia. Vou de casa para Belém, esta semana fiquei uma semana seguida a dormir em Belém. Isto toca a todos".
Quanto a um eventual prolongamento do estado de emergência, Marcelo Rebelo de Sousa disse que vai "ponderar aquilo que os especialistas dizem, aquilo que resulta da troca de informações com o Governo e também da sensibilidade da Assembleia da República".
Revela o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), este sábado, que em Portugal já morreram 100 pessoas, o que traduz um aumento de 24 vítimas mortais em relação a ontem. Até ao momento há 5.170 infetados com o novo coronavírus (mais 902).