Centro Social de Leça do Balio em Matosinhos regista duas mortes

Duas utentes do Lar do Centro Social de Leça do Balio, em Matosinhos, que eram colegas de quarto, morreram hoje vítimas de infeção pelo novo coronavírus, confirmou à Lusa o presidente da instituição, Francisco Araújo.

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Lusa
30/03/2020 22:25 ‧ 30/03/2020 por Lusa

País

Covid-19

 

As idosas, de 74 e 91 anos, estavam hospitalizadas há mais de 10 dias no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, distrito do Porto, de onde foram transferidas no domingo para o Centro Hospitalar Póvoa de Varzim - Vila do Conde, onde morreram hoje, disse o presidente.

Francisco Araújo explicou que estas utentes eram "frágeis e tinham várias doenças acumuladas", tendo sido internadas por "problemas normais de que padeciam" e não devido ao vírus da covid-19.

"Só depois de estarem hospitalizadas é que lhe fizeram os testes, os quais deram positivo", afirmou.

Uma delas esteve internada no final de janeiro com diagnóstico de Gripe A, referiu Francisco Araújo, acrescentando que a outra utente também tinha "hospitalizações frequentes".

O lar, com 35 utentes, tem agora 32, depois da morte das duas mulheres e de um outro utente ter ido para casa por decisão da família.

Destes 32 utentes, só cinco, nomeadamente os mais debilitados, é que fizeram os testes à covid-19, cujos resultados ainda não são conhecidos, referiu o responsável do Centro Social de Leça do Balio.

Além dos utentes, Francisco Araújo revelou que duas funcionárias, igualmente com problemas de saúde, estão infetadas pelo novo coronavírus, estando agora em isolamento.

"Além destas duas trabalhadoras que estão afastadas, temos entre 20 a 24 outras de quarentena por terem estado em contacto com as duas idosas que vieram agora a morrer", revelou.

Contudo, e apesar desta baixa nos recursos humanos, Francisco Araújo garantiu que o lar está a "funcionar em pleno" porque conseguiu transferir para o lar trabalhadores de outras valências, entretanto encerradas por causa da covid-19.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).

Dos infetados, 571 estão internados, 164 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

Além disso, o Governo declarou no dia 17 o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.

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