Num documento enviado ao primeiro-ministro e outros governantes, Humberto Brito enfatiza que Paços de Ferreira, no distrito do Porto, tem uma elevada densidade populacional e apresenta uma forte presença industrial, exigindo-se, por isso, a urgência de "medidas extremas" que ponham cobro ao "crescimento galopante do número de infetados".
O presidente da câmara reclama do Governo e das autoridades de saúde o alargamento e a intensificação das medidas de contingência no concelho, "definindo como prioridade das prioridades a defesa da saúde e da vida de dezenas de milhares de cidadãos".
"Não podemos adiar o inadiável. Reduzir ao máximo as fontes de propagação do vírus é a única forma de impedirmos uma tragédia, sem precedentes, no concelho de Paços de Ferreira. O tempo, esse corre contra todos nós", conclui o autarca na posição enviada ao Governo.
De acordo com dados de hoje da Direção-Geral da Saúde, foram registados 40 casos de infeção por covid-19 no concelho de Paços de Ferreira.
O presidente da câmara anunciou hoje, na sua página de Facebook, haver 49 casos e três óbitos em Paços de Ferreira, em resultado da pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 160 mortes, mais 20 do que na véspera (+14,3%), e 7.443 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 1.035 em relação a segunda-feira (+16,1%).
Dos infetados, 627 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência até às 23:59 de 02 de abril.