"Face à situação atual de cancelamentos de contratos por parte dos seus clientes, a CarrisTur teve de suspender os contratos de prestação de serviços de suporte à sua atividade, que está de momento suspensa, sendo que os trabalhadores em questão não têm qualquer vínculo" à empresa, refere a Carris, em comunicado enviado à agência Lusa.
O esclarecimento da empresa surge no mesmo dia em que o Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) questionou a Câmara de Lisboa sobre despedimentos na empresa, considerando que "a situação de pandemia, originada pela covid-19, não pode servir de justificação para pôr em causa os direitos dos trabalhadores da CarrisTur".
"De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos (STRUP), existem trabalhadores ao serviço da CarrisTur, inclusive com vínculos precários através de empresas de trabalho temporário, um dos elos mais fracos nas relações de trabalho, e alguns na mesma função há mais de três anos, que viram recentemente os seus contratos de trabalho rescindidos", referiu o PEV.
Na terça-feira, por seu turno, o PCP entregou um requerimento à câmara da capital, no qual questionava os "despedimentos na CarrisTur de trabalhadores a recibos verdes que prestam serviço na promoção e vendas e também de motoristas de passageiros entre terminais no Aeroporto de Lisboa".
Na nota enviada hoje, a Carris, empresa de transporte público de passageiros da Câmara de Lisboa, garante que "os trabalhadores com vínculo à CarrisTur mantêm os seus contratos de trabalho e aguardam o reinício da atividade".
A Carris e as suas participadas mantêm "todos os postos de trabalho nos termos da legislação em vigor e da regulamentação prevista na contratação coletiva" e "uma política responsável de manutenção dos prestadores externos", sendo o caso da CarrisTur "uma exceção", porque "houve interrupção praticamente total da atividade", sublinha a empresa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 905 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 46 mil.
Depois de surgir na China, em dezembro, o coronavírus espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, já se registaram 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).
Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.