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Lar de Vila Real precisa de recursos humanos para reabrir

O responsável pelo Lar Nossa Senhora das Dores, Vila Real, destacou hoje as dificuldades em recrutar recursos humanos, principalmente na área da enfermagem, para a reabertura da instituição que foi evacuada após a deteção de casos covid-19.

Lar de Vila Real precisa de recursos humanos para reabrir
Notícias ao Minuto

09:07 - 04/04/20 por Lusa

País Covid-19

"O que nós estamos a fazer é tentar recrutar recursos humanos para trabalhar. Neste momento aquilo que nos faz mais falta são os recursos humanos na área da enfermagem", afirmou à agência Lusa Eugénio Varejão, presidente do conselho de administração da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS).

No Lar de Nossa Senhora das Dores, localizado no centro da cidade de Vila Real, foram detetados 88 utentes e funcionários com covid-19, em 99 testes realizados pelo INEM.

Não foram divulgados, até ao momento, os resultados dos restantes 29 testes realizados no dia 27 pelo INEM a funcionários do lar que não se encontravam nas instalações quando foi detetado o primeiro caso de covid-19, no dia 22 de março.

A instituição foi evacuada na semana passada e foram transferidos 53 idosos com covid-19 para o Trofa Saúde Hospital, localizado em Vila Real, numa operação que mobilizou 50 operacionais e 25 viaturas entre bombeiros, PSP, Cruz Vermelha Portuguesa, Exército e Proteção Civil. Outros 19 residentes, entre os quais quatro não infetados, já tinham sido retirados para outras unidades hospitalares.

Depois da evacuação, o Exército procedeu à descontaminação do lar.

Eugénio Varejão sublinhou que o regresso dos idosos à instituição está dependente dos recursos humanos e deixou um apelo "à sociedade civil".

"Se for profissional de enfermagem ou esteja disposto a fazer voluntariado ou se estiver desempregado e estiver disposto a fazer um contrato com o Lar de Nossa Senhora das Dores, nós estamos abertos a essa possibilidade", salientou.

O responsável apontou que a "maior parte dos 60 funcionários testou positivo para a covid-19" e desses, também a maior parte, apresentou "atestados médicos com alguma duração" e, portanto, a instituição "não pode contar com eles".

E a maior dificuldade é, reforçou, a nível de enfermagem porque a "equipa está quase toda contaminada e quase toda de baixa".

Eugénio Varejão apontou que os "hospitais públicos contrataram nos últimos tempos muitos enfermeiros", e, em consequência, o lar está "com dificuldade em arranjar pessoal".

E explicou que são elementos da IPSS e equipas do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes Alto Douro (CHTMAD) que estão a prestar "serviços de assistência e enfermagem aos residentes que, neste momento, estão no hospital da Trofa".

Entretanto, algumas funcionárias com covid-19 foram contactadas para um regresso voluntário ao serviço para tratarem os idosos também positivos.

"Aquilo que nos foi pedido, à direção do lar, foi para contactarmos as nossas funcionárias que testaram positivo para averiguar se elas, voluntariamente, estavam dispostas a regressar ao trabalho", explicou.

O responsável acrescentou que, para tal, "seria levantada a proibição de sair de casa", já que estas colaboradoras se encontram em isolamento, e haveria "uma autorização para se descolarem entre a casa e o local de trabalho".

"Mas, foi tudo voluntariamente e elas voluntariamente responderam que não estavam dispostas", frisou.

Eugénio Varejão disse ainda que dedicou a semana toda a tentar "resolver a situação" e referiu que, após a descontaminação do edifício, agora estão a ser concluídas as limpezas, procedendo-se, depois, ao reabastecimento de géneros alimentares e medicação.

Devido à cadeia de contacto identificada no Lar de Nossa Senhora das Dores, a câmara acionou no dia 24 de março o plano de emergência municipal.

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, já disse que à volta desta cadeia de contacto foram infetadas cerca de 100 pessoas.

No concelho de Vila Real, segundo o autarca, existem cerca de 150 pessoas com covid-19.

Em Portugal, segundo o balanço feito sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera, e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira.

Os primeiros casos confirmados em Portugal foram registados no dia 02 de março e o país está em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.

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