Federação Académica do Porto pede readaptação dos apoios sociais

O presidente da Federação Académica do Porto (FAP) apelou hoje, numa carta entregue ao ministro do Ensino Superior, para a necessidade de se readaptarem os apoios às necessidades das famílias e desenvolverem mecanismos que garantam acesso ao ensino superior.

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Lusa
07/04/2020 20:44 ‧ 07/04/2020 por Lusa

País

Covid-19

 

Em comunicado, a FAP explica que entregou hoje "em mãos" ao ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, uma carta com "algumas medidas defendidas" pela federação por forma a fazer "face aos desafios criados" pela pandemia da covid-19.

Na carta, que "expõe algumas preocupações", mas também deixa "algumas recomendações", o presidente da FAP, Marcos Alves Teixeira, defende a necessidade de se "readaptar e reforçar" o sistema de ação social, por forma a abranger mais agregados familiares.

Tendo em vista o alargamento do prazo de candidaturas às bolsas de estudo e a alteração dos critérios de avaliação socioeconómicas dos agregados familiares, Marcos Alves Teixeira afirma que é "necessário que nenhum estudante deixa de estudar por dificuldades económicas".

Na missiva, Marcos Alves Teixeira considera que o complemento ao alojamento deve ser "alargado a todos os estudantes deslocados que mostrem necessidade" e que se estude uma "solução" para os estudantes internacionais, lembrando que estes estudantes são também "parte da comunidade académica".

Além destas medidas, o presidente da FAP considera que devem também ser criados mecanismos para assegurar "que todos os que precisam" têm acesso a computadores e internet, equipamentos que fazem parte do processo de ensino à distância.

A propósito do regime de ensino à distância, Marcos Alves Teixeira defende ser "imperativo assegurar a qualidade" do mesmo, bem como a sua "avaliação".

"Pela incerteza da possibilidade de aulas práticas, ainda este semestre, muitos ciclos de estudos veem-se confrontados com a hipótese de terem de efetuar avaliações sem componentes práticas e, de forma ainda mais generalizada, equaciona-se seriamente a possibilidade de todas as avaliações decorrerem num regime à distância", considera o responsável, salientando a "problemática dos estágios curriculares".

"Apelamos a que este assunto seja debatido com a seriedade necessária, assegurando que as soluções encontradas asseguram a integridade académica da avaliação, que os métodos utilizados aferem de forma justa e equilibrada os conhecimentos e que os estudantes não saiam prejudicados deste processo", defende Marcos Alves Teixeira.

Por fim, o responsável apela a que o "mecanismo encontrado" para o acesso ao ensino superior "garanta alguma estabilidade" e que não seja "impeditivo".

"Não podemos deixar que a pandemia contribua para a diminuição brusca de estudantes a entrar no ensino superior", conclui.

 O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil. Dos casos de infeção, cerca de 290 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes e 12.442 casos de infeções confirmadas. Dos infetados, 1.180 estão internados, 271 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 184 doentes que já recuperaram.

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