Em comunicado hoje divulgado, o IPVC revelou que a conclusão resulta dos primeiros dados recolhidos num inquérito 'online', em curso, ao qual já respondeu um universo de 1.973 famílias.
"Os dados confirmam a tendência geral decrescente do tempo de atividade física ao longo da infância, mas as crianças que vivem em condições de confinamento obrigatório apresentam um grande tempo de sedentarismo, especialmente devido à grande percentagem de tempo de jogo sem movimento (até aos 5 anos de idade) e do aumento do tempo de ecrã lúdico após essa idade", concluem os quatro investigadores envolvidos no projeto.
Segundo os primeiros resultados do projeto realizado pela Escola Superior de Desporto e Lazer (ESDL) do (IPVC), da Faculdade de Motricidade Humana (UL) e da Escola Superior de Educação (IPLx), "há um decréscimo de 69,4% do tempo que as crianças dedicam à atividade física, um aumento de 68,4% do tempo dedicado aos ecrãs e um aumento de 82,8% nas atividades em família".
O estudo, desenvolvido pelos investigadores Rita Cordovil, Luís Paulo Rodrigues, Carlos Luz e André Pombo, refere que "o tempo de sedentarismo aumenta com a idade, atingindo os 62% na faixa etária dos 0-2 anos, 72% dos 3 aos 5, 78% dos 6 aos 9 anos e 84% na faixa etária dos 10 aos 12 anos".
A investigação considerou a percentagem de tempo que cada criança passa acordada, concluindo que "o tempo de ecrã lúdico (não contando aulas e trabalhos online) aumenta ao longo das faixas etárias, atingindo valores de 24% na faixa etária dos 0-2 anos, 27% dos 3 aos 9 anos e 33% na faixa dos 10 aos 12 anos".
O estudo não verificou "diferenças acentuadas entre sexos, tendo rapazes e raparigas valores muito semelhantes em praticamente todas as atividades".
O inquérito decorrerá durante o tempo de confinamento social motivado pelo surto de coronavírus e "está já a ser replicado em países como Grécia, Espanha, Reino Unido, Bélgica, EUA, Austrália e Nova Zelândia.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 117 mil mortos e infetou quase 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, cerca de 400 mil são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos, mais 31 do que no domingo (+6,2%), e 16.934 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 349 (+2,1%).