"Conseguimos aplanar a curva", mas impacto na economia "vai ser severo"

O primeiro-ministro e o ministro da Economia estiveram, na tarde desta terça-feira, numa reunião cujo enfoque se centrou no relançamento da atividade económica em contexto de crise pandémica.

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Notícias ao Minuto
14/04/2020 19:48 ‧ 14/04/2020 por Notícias ao Minuto

Economia

Covid-19

Depois de ter participado numa reunião que analisou o relançamento da atividade económica no contexto da pandemia de Covid-19, Pedro Siza Vieira começou por reiterar, em conferência de imprensa, as projeções do FMI, que denotam uma "recessão importante em 2020, com impacto muito significativo no segundo trimestre". A recuperação é apontada para o ano de 2021. 

Questionado sobre esta projeção do Fundo Monetário Internacional, que aponta para uma recessão da economia portuguesa na ordem dos 8% em 2020, Pedro Siza Vieira referiu que se espera "uma quebra da atividade muito acentuada durante este ano", que se deve sobretudo ao presente trimestre.

"Não sabemos ainda qual é a verdadeira redução da atividade económica, temos resultados de que cerca de 82% das empresas estão a manter a sua atividade, sabemos que neste momento 66 mil empresas colocaram trabalhadores em 'lay-off' (menos de um quarto da população ativa)". 

"Ainda não há um crescimento muito significativo do nosso desemprego. Não sabemos exatamente qual será o impacto real da contração da atividade económica nos próximos meses, mas sabemos que será severa e que terá impacto no PIB", pressagiou.  

"O ministro das Finanças [Mário Centeno] referiu que esperava que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) não chegasse aos dois dígitos. É isso que também diz o FMI, que aponta para valores na ordem dos 8%, assim como outras instituições. Há muita coisa que ainda é incerta, as coisas podem correr um pouco melhor ou pior, mas sabe-se que vai ser duro", acentuou.

Os economistas que participaram na reunião da tarde desta terça-feira, realçou o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, "deram uma perspetiva sobre os desafios da retoma da economia portuguesa". 

De uma maneira geral, continuou, "há uma partilha importante da ideia que temos de ir construindo confiança coletiva na capacidade de proteger os elementos mais frágeis da população à medida que formos levantado as restrições" na fase de transição. 

"Temos de começar a pensar na forma como vamos ser capazes, com os parceiros europeus, de criar na população e nas empresas as condições de retorno à atividade", enfatizou. 

Já relativamente à capacidade de empresas portuguesas poderem começar a produzir máscaras de proteção comunitárias, "com grau de proteção significativo", entende o governante que este é "mais um passo para a construção da confiança. Os nossos serviços de saúde estão a responder bem e, se conseguirmos consolidar estes ganhos de saúde pública, começamos a ganhar a confiança de nos protegermos não só no espaço da nossa casa, mas também no espaço público". 

A partir do momento em que fossem adotadas medidas de combate à pandemia, como o isolamento, "isso iria ter um impacto sobre a nossa atividade económica", reconheceu Pedro Siza Vieira. Com efeito, a primeira resposta do Governo foi no sentido de permitir "às empresas e às famílias preservarem a sua capacidade produtiva, proteger o emprego e assegurar que as empresas possam responder" na fase de reabertura. 

O segundo momento diz respeito, precisamente, à reabertura. "Conseguimos aplanar a curva, ganhar tempo para capacitar os nossos serviços de saúde e o próximo passo é abrir gradualmente estas medidas para que os cidadãos tenham a capacidade de se proteger e de protegerem os outros num contexto social. Temos de pensar na forma como articularmos isto com as perspetivas de longo prazo. Os fatores de produtividade da economia portuguesa têm de continuar a merecer a nossa melhor atenção". 

Questionado relativamente à possibilidade de a reabertura da atividade económica de alguns setores poder estar já prevista na próxima - eventual - renovação do Estado de Emergência, o ministro da Economia preferiu não se adiantar sobre o tema. "Temos escutar a opinião dos técnicos. Depois a Assembleia da República terá de se pronunciar, depois o Governo e a última palavra será do Presidente da República", apontou. 

 

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