Covid-19. Em greve de fome, português preso no Luxemburgo pede libertação

De acordo com o detido, os reclusos do Luxemburgo não estão protegidos da pandemia de Covid-19.

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Notícias ao Minuto
14/04/2020 19:20 ‧ 14/04/2020 por Notícias ao Minuto

País

Covid-19

David Andrade de Oliveira é um cidadão português que está detido numa prisão do Luxemburgo e que esteve oito dias em greve de fome, exigindo, entre outros aspetos, a saída antecipada dos prisioneiros em fim de pena. Ao jornal Contacto garantiu que não há qualquer proteção dos presos contra a Covid-19 no Centro Penitenciário do Luxemburgo.

Como dá conta o meio de comunicação, David passou mais de metade dos seus 34 anos em estabelecimentos prisionais no Luxemburgo. Tomou a decisão de fazer uma greve de fome e os piores momentos foram vivenciados nos primeiros dias, devido "às dores de barriga" e aos "desmaios. Mas a partir do quarto dia começamos a habituar-nos”.

A publicação explica que no mesmo corredor havia outros cinco portugueses em protesto, sendo que quatro conseguiram terminar a semana de greve de fome. Mas não foram os únicos. No total, estima-se que cerca de 100 detidos estiveram em protesto no referido estabelecimento prisional.

O luso-descendente, que nasceu no Luxemburgo, revelou que a insatisfação com as medidas impostas devido à pandemia de Covid-19 foram "a gota de água", já que os detidos estavam impedidos de ver as famílias, de trabalhar e, como indicou David, não eram respeitados "os direitos humanos".

Estes reclusos pretendiam ver aplicada uma medida que permitisse a libertação antecipada, devido à pandemia, tal como aconteceu em Portugal. Mas o governo luxamburguês rejeita essa hipótese, que só seria equacionada se os estabelecimentos prisionais estivessem sobrelotados, o que não acontece.

O cidadão português apontou ainda a falta de medidas para combater a eventual propagação do vírus dentro da prisão. “Só aqui somos quase 600, como é que conseguem garantir que não há infetados com tão poucos testes feitos?”, questionou, afirmando ainda que nenhum equipamento de proteção individual foi distribuído aos reclusos, sendo que apenas os guardas usam máscaras e luvas.

A David, que foi detido, entre outros aspetos, por tráfico de droga, restam-lhe 11 meses para concluir a pena.

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