Segundo o responsável máximo da Autoridade de Saúde Regional, Tiago Lopes, todos os utentes e funcionários já tinham sido testados, quando foi detetado um primeiro caso positivo de infeção pelo novo coronavírus na instituição, na sequência de um internamento no hospital de Ponta Delgada, mas foi decidido reforçar o número de testes para antecipar novas infeções.
"Sabendo que o lar de idosos é uma estrutura que alberga utentes especialmente sensíveis para a infeção pelo novo coronavírus, com todas as consequências que daí podem advir, estamos a testar com mais frequência, não deixando um hiato temporal muito demorado entre a realização dos primeiros testes e dos testes secundários", adiantou hoje Tiago Lopes, em Angra do Heroísmo, no ponto de situação diário sobre a evolução do surto da covid-19 nos Açores.
Ao todo foram já identificadas infeções pelo novo coronavírus em seis em utentes deste lar, estando dois internados no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, e dois no Centro de Saúde do Nordeste, tendo ocorrido ainda duas mortes.
O primeiro caso, detetado em 07 de abril, foi o de uma mulher de 88 anos, que entretanto morreu, que terá sido infetada no hospital de Ponta Delgada, onde esteve internada, na sequência de contactos com profissionais de saúde, que integravam uma cadeia de transmissão local secundária iniciada no concelho da Povoação.
A mulher teve alta antes de ter sido identificada esta cadeia de transmissão local, numa altura em que ainda não se realizavam nos Açores testes à covid-19 após internamentos em utentes de lares de idosos.
Além destes seis utentes, foram também infetados com o novo coronavírus oito funcionários do lar e quatro contactos próximos.
Tiago Lopes disse que na quarta-feira será feita uma "nova bateria de testes" a funcionários e utentes que tiveram inicialmente resultado negativo, para tentar travar a disseminação do vírus.
"Não descansamos por via dos resultados obtidos e vamos novamente testar para ver se efetivamente há mais algum caso que tenha positivado", salientou.
O também diretor regional da Saúde dos Açores justificou a decisão com o facto de já terem sido detetados vários casos na região de pessoas que tiveram resultado negativo numa primeira análise e positivo num segundo teste, após o período de quarentena.
"A carga viral na altura em que foi feita a colheita e a análise não seria a suficiente para que o teste desse positivo e, nesse sentido, sabendo de antemão que há casos registados de situações dessas na região, estamos a jogar mais pelo seguro e a testar novamente", frisou.
Foram hoje registadas também duas recuperações, uma na ilha Terceira e outra na ilha de São Jorge, reduzindo para 87 o número de casos positivos ativos.
Ao todo, foram confirmados 101 casos de covid-19 nos Açores, 87 dos quais estão ativos, tendo ocorrido 10 recuperações (cinco na Terceira, quatro em São Miguel e uma em São Jorge) e quatro mortes (em São Miguel).
A ilha de São Miguel é a que registou mais casos até ao momento (64), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (quatro).
Dos 88 casos ativos, 19 estão internados nos três hospitais da região e no Centro de Saúde do Nordeste, cinco dos quais em cuidados intensivos.
Estão ainda em vigilância ativa 2.846 pessoas e 198 aguardam por colheita de amostras ou resultados laboratoriais.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos, mais 32 do que na segunda-feira (+6,%), e 17.448 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 514 (+3%).